Em São Paulo é grafite, é pintura, é BECO DO BATMAN!

Estando em São Paulo, quer curtir um programa diferente, simples, charmoso em um lugar que tinha muita chance de ser degradado, “pervertido”, feio, mas que acabou ganhando vida e glamour graças à arte? Não estou falando de um programinha banal, estou me referindo a algo em que se transformou o grafite, manifestação artística e cultural que ilustra paredes de prédios, casas e estabelecimentos, que humaniza e enche de cores a vida de toda a gente, que não se solidificou apenas como linguagem visual urbana, como também ganhou o amor de todo o tipo de gente.

Em São Paulo é grafite, é pintura, é BECO DO BATMAN!

Até há pouco tempo eu não conhecia: o bairro da Vila Madalena. E só atualmente sei o que estava perdendo: galerias alternativas, grafite, pichação, lojas descoladas, armazéns, bares e mais bares inusitados, até chef estrelado como Alex Atala se rendeu e abriu seu restaurantes veja o AÇOUGUE CENTRAL, enfim, um monte de lugar charmoso, tudo junto e misturado ao colorido da arte urbana espalhado por ruas e mais ruas cheias de gente interessante. Podendo, vá durante a semana, já que tudo que é bom provoca curiosidade e congestionamento.

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Sim, nas ruas do bairro Vila Madalena é possível encontrar muitas galerias de arte, mas imediações das vielas Gonçalo Afonso e Medeiros de Albuquerque, tem o Beco do Batman, imenso mural grafitado ao ar livre, super interessante, desses que é só parar, curtir, tirar umas fotos e continuar a caminhada.

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Mas não pense você que isso não tem história. Tudo começou nos anos 80 com o homem-morcego das estórias de quadrinhos. Sim, alguém foi lá no beco e pintou a figura do Batman que inspirou estudantes e artistas a fazerem o mesmo, formando assim, uma galeria a céu aberto.

Deste modo que intervenções em muros deixaram de ser consideradas crimes, já que naquela época, com a liberdade de expressão caçada pela ditadura militar, o grafite era proibido pela legislação brasileira. E até 2011, o grafite em edifícios públicos em São Paulo era considerado crime ambiental e vandalismo, mas a partir daí, ganharam status de arte e somente a pichação continuou sendo crime.

A viela não se transformou só em um point para fotógrafos de plantão, mas também num dos pontos turísticos de São Paulo, que por sua vez, se tornou mais “viva” com a arte de rua.

Ah, mas pode ser que, quando você for, Pelé e Ringo não estejam mais lá 😥

Sim, não espere encontrar sempre as mesmas pinturas. Cada pedacinho das paredes do beco é disputadíssimo pelos grafiteiros e, com o tempo, tudo passa por constantes renovações.

Mas tem outras coisas que estarão sempre lá, devido ao sucesso que fazem. Então… estando no Vila Madalena…

Bom, para quem tem paixão por lugares meio assim… vamos dizer, com uma pegada cult… ou roceira, vale a pena dar um pulo no Lá da Venda. No mesmo local encontra-se 1800 itens entre café orgânico, linguiça, vassoura, milho, bacia, pirulitos, balas, sandálias havaianas, goiabada, facas, panos de pratos, bolinha de gude, panela… Nossa! Tem blusa pendurada e, pendurado também, tem salame, até os antigos pós de arroz e pinicos 😆 Sim, tudo junto e misturado num montão de etcs.

E lá, no Lá da Venda, ainda tem restaurante que trabalha com produtos orgânicos, ingredientes sazonais e nacionais, muitos deles, mineiros, dando preferência para os pequenos produtores. Ah! O pão de queijo é o melhor de SP, feito de forma artesanal.

Já que o Lá da venda fecha às 19 h, você pode inverter a ordem das coisas e almoçar “Lá” (sem trocadilhos 🙂 ), passar pelo Beco do Batman, visitar o Instituto Tomie Ohtake e jantar no PICCOLO.