Faz um tempo que um leitor do Blog, chamado Leonardo, me pediu para escrever sobre como “tudo começou”. Poucas pessoas sabem como nasceu a cerveja e vocês não irão acreditar há quanto tempo esse precioso líquido já vem alegrando a vida da humanidade!
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A origem da Cerveja
Por Marcel Ocampo
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A cerveja não foi um produto inventado, ela aconteceu naturalmente e temos algumas teorias a respeito. A mais aceita até o momento é que, 6 mil anos antes de Cristo, a população da Suméria (atual sul do Iraque) começou a se tornar menos nômade e mais tempo permanente em um mesmo local.
Nessa região, o cereal da cevada e do trigo são espécies nativas. Com isso, a teoria mais aceita é que alguém deixou um punhado desses cereais ao relento e com o sereno da madrugada, chuva e passar do tempo, a água se juntou nessa “tigela de cereais”. Não obstante, com o passar dos dias, o sol aqueceu uma espécie de mingau que se formou e dali, aconteceu uma fermentação espontânea com as leveduras presentes no ar.
Resultado: aquela “papa” ficou com um sabor adocicado, com uma leve formação de gás carbônico devido à fermentação e com sabor agradável que acabou sendo consumida pela população. E o melhor de tudo que, após o consumo, foi notada uma sensação de bem estar e alegria! (Algum leitor já teve essa sensação consumindo algum líquido?).
Nesse período, colher e armazenar cereais para alimentação se tornou rotina para a população. Portanto, seguindo essa hipótese, podemos dizer que a cerveja foi descoberta quase que no mesmo período que o pão foi inventado, ou seja, 6 mil anos antes de Cristo.
Teoria Alemã
Já conversando com alguns alemães, principalmente aqueles nascidos na região de Munique, ouvi outros relatos em relação à descoberta da cerveja.
Segundo eles, a história conta que monges alemães já conheciam a técnica de fabricar vinhos e certa vez, após uma limpeza rotineira dos toneis de vinho, um pouco de água ficou sobrando dentro do tonel.
Resultado: após alguns dias, aquela água em contato com a levedura e restos do vinho, começou a fermentar.
Os monges provaram aquele líquido e, mesmo não tendo um sabor muito agradável, sentiram alegria após o consumo. Como não tinham tanta coisa para fazer no mosteiro, continuaram provando o líquido em busca daquela sensação de alegria.
Como estavam vivendo a época da quaresma (período que o católico se priva de alguns prazeres), eles ficaram na dúvida se aquele líquido podia ou não ser consumido. Então, enviaram dois barris em cima de mulas até Roma para análise do Papa.
Ao chegar a Roma, após meses em cima do lombo dos animais, com excesso de movimentação e alterações de temperaturas, o papa provou aquele líquido e achou horrível. Resultado: até os dias de hoje cerveja é um alimento que não “quebra jejum” para os católicos.
Independente das teorias, hoje sabemos que todas essas cervejas consumidas na antiguidade eram produtos bem arcaicos, turvos e ácidos. Podem ser chamados de cerveja, mas as atuais são bem diferentes daquelas produzidas pelos sumérios ou pelos monges alemães.
Mito ou verdade?
O que vou falar agora é polêmico e sinceramente não sei se acredito, mas quero compartilhar e fiquem à vontade para opinar. Existe uma história que, durante a Santa Ceia, Jesus e os apóstolos consumiram cerveja ao invés do vinho. A região da Suméria, onde a cerveja foi descoberta, está muito próxima da região habitada por Jesus. Nessa região, até então não se tinha o costume de produzir vinhos, mas como o Vaticano fica na Itália, comercialmente era mais interessante afirmar que Jesus tomou vinho, produto típico e tradicional dos italianos.
E agora? Será que faz sentido? Sinceramente, não sei. A cerveja é um produto muito antigo e cheio de polêmicas saudáveis e essas polêmicas são “um copo cheio” para discutir na mesa de um bar – bebendo sua cerveja favorita, é claro!
Cheers!
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Marcel, muito obrigado pela gentileza e atenção. Eu fiquei muito grato e satisfeito com o post. Um abraço, Leo
Olá Leonardo!
que bom! Pode sugerir novos temas sempre que quiser!
Cheers!!
Marcel Ocampo
degustacao.net
Deu uma inspirada e eu fiquei doida pra tomar uma e lá vou eu!