Em 2007, estávamos meu marido e eu indo em direção a Barcelona, quando resolvemos abusar da sorte. Já pensou se chegamos lá e… toc toc toc…
– “Olá! Por favor, será que alguém cancelou a reserva assim de ultimíssima hora e podemos nós doizinhos aqui ter o privilégio de comer nesse restaurante?”
Ah, não custava nada tentar assentar à mesa do El Celler de Can Roca, já que estávamos passando bem perto de Girona, no norte da Espanha. Sabe qual expressão usaríamos? “Sabe nada inocente!” kkkkkk…
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EL CELLER DE CAN ROCA
Y comienza el festival!
Por Dilu Bartolomeo Villela
Hoje acaba a série desse magnífico restaurante. Foi preciso dividir em 3 posts, e mesmo assim, este ainda está imenso. Sugiro aos amantes e estudantes de gastronomia que o leiam pausadamente, para que não percam as sutilezas criadas pelos Roca. Mesmo quem nunca esteve no El Celler, a partir deste post, poderá dizer que conhece, de tão completo que tentei fazê-lo.
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Desde 1986, em Girona (cidade catalã um tanto sem graça), o restaurante El Celler de Can Roca é admiravelmente conduzido pelos irmãos Roca: Joan (chefe de cozinha), Josep (sommelier ) e Jordi (“pasteleiro” ou o encarregado das alucinantes e inimagináveis sobremesas). Em cada cabeça Michelin, uma estrela carregada de genialidade.
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Imagine você, que a lista de espera do restaurante é “contida” por funcionários habilitados para dizer a palavra “não”, claro, com extrema elegância. Para final de semana, a fila gira em torno de 1 ano, e para os dias de semana, 6 meses. Mesmo com tanta procura, os irmãos Roca não desejam expandir para atender a demanda, pois não querem mudar a fórmula da boa hospitalidade.
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Mas como digo sempre… Quem deseja, consegue! E cá estamos nós, aptos a ver tudo e contar pra vocês.
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Em 2013, o restaurante atingiu seu apogeu, alcançando o topo da prestigiosa lista dos “50 Melhores Restaurantes do Mundo”. Esse ano, coitadinho, caiu para segundo lugar, olha que dó! Rsrsss… Mas, em parte, foi compensado sendo nomeado como o melhor lugar para comer no planeta, pelo TripAdvisor, com base nos comentários originados pelos usuários. A “madre” dos meninos Roca, que foi quem começou tudo isso, com certeza deve estar muito orgulhosa.
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Se o TripAdvisor é expressivo ou não, eu realmente não sei, mas o fofo do Joan Roca diz estar muito feliz e que o reconhecimento dos clientes, além de maravilhoso, é o prêmio da excelência no atendimento, que eles fazem questão de oferecer. “Nós queremos que todos se sintam em casa, e tentamos sempre ter pelo menos dois dos três irmãos atendendo os comensais.”
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Eu tenho a sorte de encontrar os três irmãos. Primeiro, vem Joan me cumprimentar, quase desmaio. Não consigo despistar e de cara falo: Ai… Estou emocionada e nervosa! Ele e Luiz, os dois muito lindos, riem e me deixam mais à vontade. E então, Joan, em pessoa, nos acompanha num passeio pela cozinha, mesmo sendo aquela, a hora do “pega pra …..”. Não acreditei
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Joan explica, explica, e meus ouvidos insistem em não ouvir. Como, meu Deus, eu conseguiria captar palavras, quando meus olhos só querem olhar, olhar e olhar.
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Estou na “Roca-Kit” e tenho pouquíssimo tempo para tudo ver… ardósia com anotações, livros de receitas, invólucros que estarão daqui a pouquinho na minha mesa, alquimistas, ops… cozinheiros… Eu acho que vejo até uma camisa do Messi… Rsrsss…
Alguém aí reparou que o R da logomarca tem 3 pernas? E as três “rochas angulares”? Tudo isso representa os 3 gênios Roca “brincando” numa linda tarde de outono europeu.
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Usam de todos os artifícios numa cozinha que mistura a tradição e modernidade para excitar o ser humano que tem a sorte de presenciar cada cor, cada textura, cada aroma, enfim, cada sabor do “paraíso”.
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Agora o “mestre” me mostra o “Roca-Lab”: laboratório onde as criações mirabolantes são planejadas. Você acha que algo fica oculto? Nada! Transparência total. Tudo é exibido com muito orgulho, como num show!
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Quem me conhece sabe que arrepio à toa. Ainda mais com a visão de um bom prato. Pois é! Enquanto vejo tudo aquilo, me corre um arrepio de inquietação e me dá vontade de começar a bater palmas.
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Parece que Joan adivinha minha ansiedade, nos deseja uma boa refeição e nos despedimos… Mas não sem antes…
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Depois desta baita emoção, preciso dar uma pausa e respirar um pouco e já que chegamos de uma viagem, aproveito para conhecer o banheiro, antes de começar o festival.
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Ah! Acabei de me lembrar: você deve estar se perguntando qual foi o desfecho da nossa investida em 2007. Ok! Você já ouviu o termo “Bateu com a cara na porta”? Foi literalmente isso o que aconteceu. Não que eles nos colocaram de lá para correr, mas era uma terça-feira e esse, é o único dia que o restaurante não abre…. kkkkkkkk Mas em contrapartida, o desejo persistiu, fazendo com que conseguíssemos o feito, 7 anos depois.
Y comienza el festival!
Então chega de tantas “miudezas” e vamos direto ao assunto que mais nos interessa. Somos encaminhados para nossa mesa. Nela temos uma excelente vista para a área central, folhas de vidro nos separam dos belos troncos cinzentos sobre cascalho cinza. Lindo!
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De cara, nos é oferecido uma taça de Albert i Noya Cava El Celler Brut D.O., como o próprio nome diz, feito especialmente para os Roca, e então, pedimos a Carta de Vinhos.
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Carta de vinhos? Rsrsss… Não, o que vem é um carrinho com AS Cartas de Vinhos – uma, para digestivos e licores, outra, para os champanhes e os brancos, e a mais poderosa, para os tintos e rosé. Juro! Os entendidos devem pensar que chegaram no paraíso.
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E a coisa começa a ficar muito séria! Deve ser interessante dar uma folheada nessas “bíblias”, mas não tenho tempo, pois ainda tenho muitas outras coisas para observar. Como por exemplo, a decoração simples e ao mesmo tempo sofisticada, o movimento do pessoal, o astral super leve, enfim, o confortável entorno que realmente nos deixa super à vontade.
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Para a degustação, são dois menus: o Clássico, que é menor e o Menu Festival, constituído de… comecei a contar, mas deu preguiça, então… São váááários cursos com pequenas entradas, pratos e sobremesas. Vamos de FESTIVAL!
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Enquanto beberico cava, espumante espanhol e escolha mais acertada para as primeiras entradinhas, vejo aproximando um globo.
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“Para iniciar, propomos conquistarem o mundo.” Ouço essas palavras que mais parecem fazer parte de um sonho e elas soam como música para meus ouvidos. Vejo esse falso “mundo” de papel sendo colocado na minha frente, abro o invólucro e lá dentro aparecem cinco pequenas ramas de onde pendem “bocaditos”, cada um baseado no sabor típico de um país. A voz continua: “Sugiro-lhe brincar de adivinhar, começando pela Coreia, e depois acertando qual país corresponde ao “mimo”.
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Ainda nem refeita da surpresa inicial, vem outra. Que tal um bonsai (verdadeiro) de oliva com as azeitonas penduradas em seus pequenos galhos… Só que elas foram caramelizadas e recheadas com anchovas. Esse é o desmaio 2 (o primeiro foi dar de cara com Joan Roca na chegada): eu, Dilu, já havia feito umas 4 vezes as azeitonas caramelizadas lá em casa! E por que eu não pensei no bonsai, que é espirituoso, surpreendente e a coisa mais linda do mundo?!!
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A apresentação da próxima entrada me faz viajar nas asas da formosura, mas traz um profundo sabor iodado. Afff! Acabo de me lembrar que detesto esse sabor. Afff 2! Percebes? Odeio! É um crustáceo de aparência bizarra e de gosto pior ainda. Hoje não tenho como falar sobre essa “minhoquinha”, mas vale a pena se informar no São Google. Ah! Veio também Ouriço do Mar… Odeio 2! Só para constar: nesse tipo de restaurante, antes de tudo começar, é preciso avisar sobre todos os ingredientes que você não aprecia, mas… Esqueci!
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Para receber um finíssimo biscoito crocante de milho e porco ibérico, foi colocado um rústico tecido sobre um pedaço de madeira, fazendo uma linda apresentação.
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Essa maravilha a seguir é um esférico, feito a partir de brioche e maionese de trufa. Ninguém consegue imaginar tal delícia! Tão delícia que, me imaginei naqueles filmes ridículos, com uma faca na mão, ameaçando o cozinheiro e, se ele não me der a receita… Tã nã nã nã… sou capaz de… Me vi assim!
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Não entendi bem essa próxima “viagem ao paraíso”, mas é algo mais ou menos assim: bombom feito com uma mistura de vermute e citrus que explode na boca e deixa um sabor inesquecível. Talvez nem tem mesmo o que entender, só se sentir a mais privilegiada dos privilegiados.
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Outro bombom de trufa para o Luiz! (Só pra ele! Afff!) Foi servido na tal pedra angular, com uma coisa verde, recriando o habitat das trufas. Ao chegar à mesa, a “tampa” é retirada e o aroma das danadas exala tal qual a melhor fragrância francesa… Um luxo!
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É possível pedir o menu harmonizado, pois, cada prato “casa” com um tipo de bebida. Essa é a minha opção, já que experimentarei sabores nunca dantes experimentados, mas não foi a do Luiz, que preferiu fazer sua própria escolha. E que escolha mais feliz!
Aliás, o que é o vinho? Que papel tem esse néctar num restaurante? Quem responde é um dos irmãos, Josep Roca, sommelier do El Celler: “O vinho faz parte da soma de dois mundos apaixonantes: a cozinha e a bebida no mesmo cenário. Antes disso, o vinho tem uma parte de elementos físicos e outra mais espiritual. A física tem a ver com a terra, o subsolo, intervenções da natureza; a outra é intangível, o que o torna especial.” Gente… que coisa linda, nunca pensei o vinho por este ângulo. Fechou!
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Em seguida, vem um “consomé de outono”. Um preparo incomum, consistência gelatinosa, que desabrocha com sabores distintos…” Isso é o que é falado, mas… Ai meu Deus, de novo me lembro do meu GELATINA DE VIOLETA COM CASULO CARAMELADO… Qualquer semelhança é mera coincidência…
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Deste prato em diante, de fato, a harmonização começa. Cada prato será valorizado com uma bebida diferente. Fico a mercê da sabedoria do sommelier, que sabe analisar o peso e a textura, tanto do vinho, quanto da comida. Basicamente é assim: Pratos leves: vinhos leves. Pratos ácidos: vinhos leves e bem frescos. Pratos gordurosos e untuosos: vinhos com taninos mais potentes e acidez alta.
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Que isso? Sei não, mas acho que é um daqueles pratos que são pendurados e enfeitam paredes da sala.
Mas não! A coisa é comestível! Sorvete de lima com uma confusão chamada Leche de Tigre. No fundo, purê de abacate, purê de batata-doce, purê de alho, purê de pimentão vermelho, dados de pepino, brotos de coentro, ceviche de lagosta e dourado. No topo, um disco impresso com a imagem de um tigre rosnando. Beleza, textura, sabor em forma de surpresa.
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Três sorvetes de milhos diferentes: doce, fungo e fermentado. Embaixo de cada sabor, vem o seu milho.
Sabedoria e criatividade unidas, fazendo toda a diferença na execução de um prato extravagante e inovador, com um produto tão simples. Ovas de Mújol com a cavala marinada em sal e açúcar, servida com seu próprio molho, feito com vinho branco, limão, alcaparra e bottarga. A infusão de cavala foi acrescida de prata para dar o tom prateado. Impactante!
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Para o Luiz veio um sorvete de aspargos brancos com trufas, e ao lado, a ponta do aspargo (como será que eles adivinharam que meu querido marido come aspargo só batido e só a pontinha???) Sem palavras!!!
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Camarão da deslumbrante Costa Brava (Palamos, os mais famosos) marinado em vinagre de arroz e servido com o suco da cabeça (de novo aquele gosto iodado que não sou fã). As pernas são fritas em algo… (escrevi, mas não entendo minha letra, afff!!!). Muito crocantes e o gosto lembra Bahia, deve ser algo como azeite de dendê. Uma delícia.
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Por intolerância do Luiz, alguns pratos são alterados, e todos, sem uma única falha. Aliás, arrisco dizer que, na minha próxima vez no El Celler, troco o meu menu pelo do Luiz. Desta vez, veio um creme com duas texturas de pignoles (de novo, como eles adivinharam que meu querido marido AMA pignole?).
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Eu também amo pignole e detesto ostra. Pois é! Mais um gosto iodado: Ostra cozida a vácuo a 85° durante 5 minutos com molho de “anêmona” (não descobri o que é isso), alho branco fazendo as vezes da areia do mar, nozes e velouté de filoplancton (isso também não).
E para o Luiz? Hummm… Nhoque de batata com trufa e xerez. EU QUEROOOO!!!!! Melhor prato do dia! SEN-SA-CI-O-NAL! Eu não consigo descrever.
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Posso ficar sem ver “seres marítimos” e cobiçar o menu do meu marido por muitos e muitos tempos… Rsrrsss…
Raya confitada com diferentes molhos, devendo começar a degustação da esquerda para a direita: mel, um tipo de tangerina selvagem chamada bergamota, vinagre de chardonnay, alcaparras confitadas, mostarda aromatizada e avelã defumada .
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Para o Luiz: Purê da pele da cenoura (ué, e a gente joga fora, como assim???), cenoura marinada no ???? (esqueci e acho que minha letra está começando a ficar bêbada) e gergelim. AR de mel acompanha.
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Palmas para tudo que vem, não para esclarecer, mas sim, para confundir. Assim é a papada de porco querendo dar uma de peixe: coberta com pele de sardinha e servida com molho, também da sardinha na brasa. Nota: 5 estrelas! Mas o máximo não são 3? Rsrssss…
Agora, para o Luiz, chega uma redoma de vidro sobre algo, que mais parece ser um bombom. Embarco num momento mágico, embora esse seja um recurso que os Roca usem constantemente.
O garçom retira a tampa e a fumaça impregna o ambiente com uma fragrância forte que tem o poder de persistir pelo resto da viagem.
Exagero? Pode ser, mas aquilo ficará gravado para sempre na minha memória.
Uma vez dissipada a nuvem de fumaça enervantemente cheirosa a trufas, surge algo semelhante a um… não sei dizer, mas lembra que lá no início me referi a uma voz? Pois é, ela vem sussurrar uma palavra mágica, que amo: Souflê!
De quê? De trufas. Ah! Envolto em trufas!
.Pronto! Tá decidido: na próxima, volto vegetariana. Acabei de falar com a Marta, essa super fofa brasileira que trabalha no El Celler e que nos tratou com o maior carinho e atenção.
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Inspirado numa mandala, a barriga do cordeiro vem ornada com as folhas brancas da parte interna da alcachofra. Sweetbreads (ou mollejas de cordero ou ris d’agneau ou PÂNCREAS), iogurte de curry, beterraba, espinafre, nabo, limão, tangerina, batata doce, folhas e flores acompanham o que a gente tem dó de atrapalhar. Não foi à toa esse prato ter cedido sua beleza para ilustrar a capa do DVD el Somni.
Só para vocês verem que não é, definitivamente, implicância minha… olha o que vem para o digníssimo senhor meu marido vegetariano: não faço ideia do que seja. Nessa altura do campeonato, acho que a quantidade de vinho já está atrapalhando um pouco… Mas dá pra gente ver que é mais uma maravilha de TRUFA!!!!
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Jarret de vitela cozida a 55 graus por 72 horas, com champignons, tutano, tendões (???), abacate e lâminas de trufa (ufa! sobrou pra mim um pouco das trufas do Luiz).
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O próximo, e último prato, é uma Trilogia de Pombo. Um Cone, feito com Morcilla, um tipo de linguiça, com cítricos, gengibre e chocolate, acompanha o peito do pombo Tatjé (????). Perfeito! Ah, eles sugerem que eu deguste com meu coração!
Mas aí… vem o coração do pombo (ai meu Deus!!!). Ufa! É de mentira! Ainda bem! Na verdade, tipo uma almofada, chamada Nuvem de Arroz, com um patê de pombo, banhado em calda de beterraba representando o coração da bichinha. Pode queridos gourmets? Sem comentários!
E o caldo do próprio pombo? Ou de vários, pois para se conseguir um caldo clarificado como esse, é necessário um monte de pobres pombos.
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Para o Luiz vem… adivinha? kkkkkkk Claro que você já sabe! Vale destacar a gentileza, a boa vontade, o carinho e nem sei mais como me referir à atenção com que Joan tratou meu marido, o chato que não come nada, mas como vocês puderam ver, AMA TRUFAS!!!!
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Agora começam as sobremesas com um Mil folhas feitas com chá da folha da figueira, sorvete de figo e pistache. O pozinho por cima é açúcar com anis.
Gente, aqui merece ser aberto um parênteses. Quem me conhece, sabe que bebo pouquíssimo. Porém, esse dia, especialíssimo que é, afinal não é todo dia que se almoça no segundo melhor restaurante do mundo, resolvo abrir exceção e peço o menu harmonizado, e vocês viram a quantidade de bebida que me foi servida. Bebi, bebi e bebi! kkkkkkkk...
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Só que, ao ver aquela coisa VIVA vindo em minha direção, penso: Meu Deus! Acho que bebi mais que devia! Estou começando a ver coisas, pois vem aproximando algo muito estranho. É visão ou ilusão? Gente, vem chegando um prato com algo se mexendo… ou pulsando… ou respirando??? Ali percebo claramente o comprometimento com a ciência e a criação. Enfim, o HELADO DE MASA MADRE!
Sorvete com fermento, que é a massa madre, com leite da fruta do Japão (lichia) e polpa de cacau. Minis macarons ao Xerez cobrem e fazem a brincadeira ficar mais engraçada. Bem, não devo me pronunciar, deixo esta tarefa pra você! Se quiser, diga algo, ou então fique apenas com a lembrança do que acabou de ver.
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Pensa que acabou? Não! Vem uma sobremesa chamada ANAKIA DE CHOCOLATE, e como o nome sugere, tem chocolate de tudo quanto é jeito! Conta a lenda que os Astecas usavam as sementes do cacau como um poderoso afrodisíaco. Então meus queridos… Essa ANARKIA DE CHOCOLATE provocaria a qualquer deus Asteca tal euforia, que ele entraria de corpo nessa orgia, e de alma nessa folia! Afff! A anarquia começa agora! Rsrsrsss… É o que tudo isso me leva a pensar!
Pensar? Eles querem não apenas que eu pense, mas também que eu decida! Qual vinho fica melhor com a sobremesa? kkkkkkk Sei não moço!
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Não quero pensar, não quero decidir, não quero mais nada, só curtir e degustar o momento vivido!
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Ah, mas não adianta querer! Eles não deixam! Olha o que acaba de chegar!
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Uma viagem ao País das maravilhas??? Como assim?
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Acho que estou realmente um pouquinho alterada, pois já deveria ter aprendido, há tempos, que não existe País das Maravilhas… Será então que acabo de entrar num Parque de diversões?
Ou quem sabe estou adentrando o Reino da Fantasia? Tal qual Jordi Roca, quando se inspirou no filme Charlie e a Fábrica de Chocolate, para criar seu carrinho das guloseimas!
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Deve ser por essas e outras que, ao invés de promover um concurso mundial para escolher o herdeiro do seu império de doces, Jordi Roca foi quem ganhou o “Bilhete Dourado” ao ser promovido a melhor doceiro do mundo.
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Acho que na verdade, Parque de diversões, País das Maravilhas ou Reino da Fantasia, sei lá, é mesmo esse mundão de Deus e Ele é tão generoso para comigo que, há bem poucos minutos, eu disse que queria só curtir e degustar tudo aquilo que acabo de viver. Olha aí o que Ele me manda de presente para fechar o dia com chave de ouro, ou melhor, com um pôr do sol que mais parece ouro no horizonte. Um verdadeiro “Bilhete Dourado”.
Y así termina el festival! O El Celler de Can Roca fica bem guardado nesses três posts, mas pra mim, ele tem um lugar especial no fundo do meu coração gourmet! Se é que existe isso… Ah, e se é que existe Bilhete Dourado… Mas como acredito piamente, a Deus, aos Roca, a vocês, ao Luiz: Gracias, gracias, gracias…
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Post 1
EL CELLER DE CAN ROCA Num novo DILÚCULO
Post 2 e Matéria do jornal
Ufa! Acabei de ler e acho que engordei uns 2 kg só vendo as fotos! Menina que isso? Fiquei pensando que os chefs hoje são além de ótimos cozinheiros, grandes artistas (pois sinto que pintam com a comida) e excelentes marqueteiros! Eles vendem a comida e o restaurante como um conto de fadas para seus clientes. Realmente são profissionais de primeira linha!
Mas, vou te ser muito sincera, ando sentido falta do simples.
Beijos
Voltei! Li mais uma vez, penso que esse post vou tet que ler muitas vezes para assimilar tanta informação! Dessa vez cheguei a conclusão que esses dois devem complicar tudo mesmo, tem o direito, talento e requinte para tal! Ah! O simples tem o seu lugar em outras paragens! Deixa a gente se deslumbrar que esses deuses da cozinha e do marketing mesmo! E viva a gula! Rsrsrsrsrs
Amor, esse post tem informação por demais, talvez um aluno de gastronomia possa aproveitá-lo para um trabalho de escola, ta;vez possa servir de inspiração, sei lá! Rsrsrsss….
O sofisticado tanto quanto o simples tem o seu lugar, mais ou menos como roupas que você guarda no armário. Um dia você tem vontade de ficar de moletom, no outro, um vestidinho estampado seria o ideal, no outro biquini, no outro plumas e paêtes, e por ai vai. Se todo dia você usar um pretinho básico, com certeza, sentirá falta do casual shortinho. rsrsrssss… Talvez você esteja sentindo falta do simples por excesso do sofisticado. Seu chef Vittorio está te mimando muito, fala que eu também quero kkkkkkkk
Tantos sabores, tantos perfumes, tantas cores, sinto-me em um festival sensorial….. obrigada Dilu por me transportar para este mundo maravilhoso da cozinha, dos perfumes, dos sabores, das sensações…. tenho que agendar uma visita. PARABÉNS POR TÃO PERFEITA …. confesso que não sei como chamar: descrição, dissertação, demonstração, história…. fica ao critério de cada um . beijo.
Ah Mônica, essa descrição é uma dissertação que virou demonstração e acabou em história (ainda bem que não acabou em pizza…) rsrssss
Obrigada minha linda
Dilu, mais que o espetacular post, eu amei o toc toc toc e o Sabe nada inocente kakakaka
kkkkkkkk obrigada amor, por compactuar comigo do besteiro!
Dilu, eu so estudante de gastronomia e ontem a noite a gente tava comentando este post que vc escreveu. Eu vo te da parabens por todos que estavam conversando. Só era elogio. So te peço que continue ensinando a gente assim. Parece ate um jeito ludico. Brigadao
Ah Marcela, quem agradece sou eu. Fiquei muito feliz com seu comentário. Bjs
Diluzinha, eu imagino que cada um pode ver este “manual” de um jeito diferente. Quem gosta de comida, olha pelo lado do prazer quase sexual, quem trabalha com comida olha pelo lado profissional, quem trabalha com serviços, aprende como tratar o cliente, quem gosta e tem dinheiro ve uma ideia para sua proxima viagem, quem gosta de ver coisa bonita, observa cada detalhe e dá um climax no pôr do sol, quem gosta de cozinhar tira um tanto de ideia claro que só ideia pq fazer igual deve ser dificil demais, e aqui, quem gosta de aprender tem um prato cheio. Eu acho que até quem anda sentindo saudade do simples deve de valorizar, pq com todo esse chiquê, vc é simples e conta as coisas elegantes de um jeito muito gostoso de ler. Fora a iniciativa e a generosidade de compartilhar com a gente. Parabens fiaaaaaaa
Nicole, você sabe que, quando a gente vê pratos mais difíceis de serem feitos, devemos apenas nos inspirar. A técnica utilizada por eles é coisa do outro mundo rsrssss… literalmente, do primeiro, e só aí já mora a diferença. Eu acho uma delícia ver os pratos, observar, pensar, analisar e depois fazer a minha versão. E assim caminha a humanidade! Rsrsrssss
Eu gosto de posts longos hahaha Adorei o seu relato. Acho que também pediria o menu vegetariano do Luiz Guilherme!!!
Fiquei surpresa de saber que há alimentos que você não gosta de jeito nenhum! É porque te imagino uma cozinheira aventureira que topa provar alimentos inusitados ou revisitados. Eu tenho várias coisas que detesto: manga, banana, moluscos e bacalhau e ainda assim gosto de chutney de manga!
Enquanto lia o texto pensava: “nossa!!! Assim a Dilu vai sair do almoço trocando as pernas” hahahaha É muuuito vinho para beber! Será que eles aceitariam harmonizar os pratos com coca-cola? hahaha Um monte de gente já ficou indignada com o meu gosto e passei aperto com uma pessoa muito importante que era presidente de associação de vinhos de Roma. Não bebo nada com álcool. Seria interessante se conseguissem harmonizar com sucos para pessoas como eu, tenho vários amigos que não gostam de beber álcool.
Eu não sou fã de restaurantes de comidas apresentadas como espetáculo de teatro, mas este seu relato me deixou com uma vontade de ir conhecer e ter uma experiência diferente!
Maria, os pratos do Luiz estavam deslumbrantes. Não teve um ao menos, que eu pensasse estar mais ou menos, e ainda, ficamos encantados com a gentileza do chefe para com ele. Chegou num ponto, que começamos a brincar: o Roca é seu amigo de infância e eu cheguei muito tarde. Rsrsrsss…
Quanto ao meu menu… Todos os pratos muitíssimos bem feitos, mas por causa do meu gosto pessoal, não me trouxeram tanto prazer. Você acertou! Eu arrisco tudo, mesmo o que não é da minha preferência. Já deixei de comer alguns pratos, por querer conhecer e experimentar ingredientes exatamente inusitados. Luiz vive me falando: Vai pedir isso e não vai comer!
Olha só, em Santiago tem o Boragó que harmoniza com chás. O D.O.M. oferece a harmonização com águas. Agora… Suco? Acho que deve dar muita “sustância” junto com a comida, a não ser que fosse um menu bem leve de verão… hummm… quem sabe fazemos? Acho que comecei a gostar da ideia….
Você deve programar uma experiência desse tipo. Quem, assim como nós que gosta do assunto, deve conhecer. Fomos em um outro chamado AZURMENDI, que foi genial, você vai adorar o post!
Dilu , minha querida ! Tenho participado daqui , muito menos do que queria e , me faz falta interagir com vc diante dos posts publicados ! Estou numa fase da minha vida que tudo está exacerbado …. Sei que vc entende , por isso , aqui , não entrarei nos detalhes .
Estou com a Ana Paula , são muitas e maravilhosas informações e beleza , portanto , virei ler o post outras vezes …
Raras , raríssimas coisas que vc publicou não me fez viajar , admirar e festejar .
”EL Celler de Can Roca .Y COMIENZA EL FESTIVAL ” acho que chegou no limite de sua maravilhosa capacidade de nos envolver em suas andanças pelo mundo de uma forma luxuosa , mas sem perder aquilo que te caracteriza : alegria , emoção , extase , diante de uma bela comida , diante de grandes Chefs , diante de mais uma experiencia gastronomica .
Não pincei parte alguma do post , como na verdade gostaria , pra não me alongar demais .
Não deixarei de salientar que é muito lindo perceber a cumplicidade de existe entre vc e o Luiz Guilherme , o cuidado de um com o outro … Graças a Deus tenho este privilégio também !
Pois bem , querida . Não basta ter condições financeiras pra desfrutar das maravilhas do segundo melhor restaurante do mundo , tem que ter ALGO mais … conheço algumas pessoas de po$$es que jamais saberiam viver como vc e o Luiz , em perfeita sintonia !!!
A Espanha , hoje , pra mim , é muito mais inda , após a passagem de vcs por lá …Admiro muito a Espanha , lugar lindo … e deu ao mundo genios , como Picasso , Miró e outros , grandes tenistas como Carlos Moya , Rafael Nadal e outros , na F1 , Fernando Alonso , e as beldades …Penélope Cruz e Antonio Banderas ! … e hoje , pra mim , a Espanha está mais linda após a passagem do belo casal por lá …
rsrsrs , aguardo pra bem breve , depois das maravilhas que pude ver no EL Celler de Can Roca , as incursões de
vcs no atual Primeiro Restaurante do Mundo com a mesma alegria , a mesma sintonia , a mesma paixão de casal maravilhoso que vc e Luiz formam !!! Bjs, queridinha ! Felicidades !!!
Sei sim Nilza querida, e oro para que essa fase dificil passe bem rápido e que possamos nos divertir muito.
É verdade amor, Polinha já veio duas vezes Rsrrssss… Esse post é mesmo pra ir e voltar, mas mais direcionado aos estudantes de gastronomia, eu acho!
Ai meu Deus!
Amor, adquiri o costume de ler frase por frase dos comentários e ir respondendo cada uma delas. Paralisei na sua continuação… Já começou a me emocionar. Imagina com o “andar da carruagem” como fui ficando. Que comentário AMIGO, minha querida. Que comentário de quem sente no coração a felicidade alheia. Que comentário leve e ao mesmo tempo, tão profundo. Obrigada mil vezes obrigada, primeiro por você ter vindo fazer parte da minha vida e segundo, por ser assim tão magnânima.
Sensacional é pouco pra falar deste post Dilu . Vou te contar uma coisa pra vc viu………………………………………………………… Sem palavras !!!!!!!!!!!
kkkkkk obrigada amor!
Dilu, só vc pra colocar um momento desse nas asas da borboleta
Nossa! Você foi buscar a borboleta lá no fundo do baú! Rsrsrsrs Obrigada minha querida
Oia eu aqui outra vez! Vim olhar dar mais uma olhdinha nas fotos. Uau! Dilu suas fotos estão lindas! Me senti criança de novo naquele carrossel de guloseimas! Que imagem fantástica! Beijos
ps. Acho que volto mais vezes nesse post.
kkkkkkkkk Ah não Polinha!
Bacanérrimo demais, show!
Obrigada amor, bjs
Ah dilu, ninguém é capaz de escrever falando de comida assim como vc. Amei esse post, amei mesmo. Já me programando……
Que tudo Patricia! Fico na maior alegria de vocês conhecerem o que nos deixou tão felizes. Vai e nos conta tudo depois! Bjss
Eu gostaria de escrever assim, com estilo e personalidade. Mas até que eu tenha esta capacidade, já desisti. Um abraço, Leo
Leo, pelamordedeus! Não use essa palavra, desistir jamais. Pelo pouco que você já escreveu aqui, tenho certeza que se você se desse a chance de tentar, você se surpreenderia. Te garanto.
Dilu, fantástico, como tudo que vc faz. Me senti comendo e bebendo aquilo tudo, tal a perfeição que vc escreve, fiquei até tonta.
Qual o restaurante nr. 1? Vc já fez a sua reserva ?
Beijos e parabéns pelo descrição.
Mary querida, obrigada, fico super feliz que tenha gostado. Mas vc há de convir que fazer um post de um restaurante como o El Celler é até fácil, né? É tdo tão bacana que vem pronto rsrsrsss…
O restaurante Noma, em Copenhague, é hoje o número 1 do mundo. Não é um restaurante que eu tenha vontade de comer, mas de conhecer, sim. Assim que eu tiver uma oportunidade… Que tal? Topa?
Topo!! Mas antes passamos por El Celler e levamos Leninha e Tuté para ajudarem a babar.
Excelente ideia, vou amar! rsrsrssss
Que vida dificil vce leva mulher…
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Brincadeira, mas a invejinha branca me bateu agora.
Que programa espetacular… Queria ser apenas um mosquitinho e compartilhar com vce tudo vivido.
Ritaaaaa!!!!! Você não imagina, até hoje fico sem acreditar que euzinha tive essa oportunidade. Ah menina, agradeci demais a Deus! Eu tb queria que todos meus amigos (já posso te considerar assim, ne?) tivessem lá comigo, pra gente poder falar bastante, comentar cada prato… Um sonho!