Para minha surpresa, os convites acabaram pouquíssimo tempo depois de colocado o post anunciando o Festival no Glouton. Que pena. Com tantos amigos pedindo, cheguei a ligar pro restaurante pra ver se conseguia, mas… infelizmente não tinha mais lugar.
Conversando com Angela Dourado, ela soltou a pérola (claro, publicitária só poderia pensar no que é mais rentável para o restaurante como empresa):
– “Gente, mas por que o Leo Paixão não fez dois turnos? Um começando às 7:00 e o outro às 9.30!”
Claro!
– Por que Leo, você não fez dois turnos? – perguntei ao chef.
Ele, com olhar e postura de quem só pensa no que fazer para satisfazer ao máximo os glutões, me respondeu:
– Dilu, nós estamos aqui para brincar. O Festival foi feito para nos juntarmos a vocês e nos divertirmos (claro, cozinheiro só poderia pensar no que é mais agradável para o cliente como comensal).
Eu (claro, sangue de blogueira rolando nas veias, querendo unir e reunir, só poderia pensar no que perderiam os amigos como apreciadores de uma boa comida) não satisfeita, completei:
– E outra, olha o espaço vazio, aqui caberia pelo menos mais uma mesa.
– Ah Dilu, os clientes não gostam de mesa muito junto não. – respondeu-me esse cozinheiro com sua voz calma, e ainda, calou os meus argumentos com a sua nobreza, demonstrada não apenas nesse momento.
O menu teve cada prato a cargo de um chef, e cada um foi mais feliz que o outro. Aconteceu uma coisa muito bacana e interessante: a evolução foi num crescente, os pratos foram chegando, desenvolvendo e nos surpreendendo. O primeiro, uma delícia; o segundo, maravilhoso; o terceiro, deslumbrante; o quarto, um espetáculo e o último – a sobremesa – fechou coroando com coroa de ouro… ops… chegou fechando com chave de ouro.
A entrada ficou por conta do Leo Paixão. E todos sabemos que, normalmente, “quem” mais cresce e aparece é o prato principal. Quanto a isso, o chef anfitrião disse que não poderia convidar outros chefs e ele ficar com o prato que mais chama atenção.
Ao comentar sobre isso com Tina Cotta, leitora do blog, ela soltou a última pérola da noite:
– Leonardo Paixão, além de tudo, um nobre!
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FESTIVAL GLOUTON
5 etapas por 5 grandes chefs
Por Dilu Bartolomeo Villela
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Leo Paixão, eleito o MELHOR CHEF 2015 de B.H., orquestrou o incrível jantar em 5 etapas com harmonização que aconteceu no Glouton. Vou deixar as fotos falarem por mim, pois ninguém melhor que elas para mostrar o que 5 grandes chefs fizeram ontem à noite.
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Para esperar os retardatários foram servidos alguns Crostinis.
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Antes do jantar, foram servidas Pastilhas de Queijo de cabra com Mel… Delícia!
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Cará fermentado, segundo o chef (e se eu entendi bem), é uma mistura de purê de mandioca com coalhada. Deixa por um período tal para acontecer a fermentação, entendeu? Nem eu! kkkkkkk… O resultado estava gostoso, pois a mistura da purê de mandioca com o crocante da casca de abóbora, e o gosto marcante do pó de semente de abóbora casaram perfeitamente com o gosto delicadamente forte do surubim.
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Ah! Esse prato faz parte da linha DIGA NÃO AO DESPERDÍCIO! A polpa da abóbora sempre foi usada para recheio de ravioli, por isso, a criatividade para o uso das sementes e casca. Esse Leo é um nobre!
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Logo que comecei a degustar este prato, pensei: este vai ser o melhor. Nem sei se posso explicá-lo. Vou pedir ao próprio chef Onildo Rocha para nos tirar algumas dúvidas: a bisque veio em forma de gelatina? / o lardo veio em forma de telha? Eu deixei para sanar as danadas depois do jantar, mas… vieram tantas maravilhas a seguir que… esqueci!
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Todo mundo sabe que amoooooo Tucupi, um dos melhores sabores que Deus inventou e o homem aperfeiçoou. Presunção? Não! Em outro post vou falar sobre esse ingrediente dos Deuses que, neste jantar, Mara Salles usou divinamente com peixe, banana, taioba e… “taro”.
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Taro? Se você não sabe que criatura é essa, assim como eu não sabia até ontem, taro é inhame. Mas também não faço ideia a técnica que a chef usou pra transformar o taro numa coisa redonda, macia, parecida com um bolinho sem textura de bolinho. Show!
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Farinha de copiosa nada mais é que farinha de mandioca, só que produzida no Vale do Copioba. Dizem que é a melhor do Brasil. É bem fininha, torrada no ponto certo e seu paladar, sem qualquer acidez, é resultado da rapidez com que é produzida, não permitindo a fermentação da mandioca. Ok! Mas o ossobuco que o Rodolfo preparou… esse sim, é o melhor do mundo!
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Essa menina, Lia Quinderé, tem chocolate nas veias, juro! A sobremesa que ela inventou estava simplesmente, fabulosa. Só por curiosidade 1: o cultivo da pimenta Baniwa é de responsabilidade das mulheres do povo indígena baniwa, na bacia do rio Negro.
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Só por curiosidade 2: a pimenta aumenta a temperatura do nosso corpo acelerando o metabolismo. Hummm… Fiquei pensando se a chef se inspirou no fato da queima de calorias. Se sim, obrigada duas vezes Lia!
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Dilu, você é craque demais, fez um post maravilhoso, à altura do evento! Também amei o pó de farinha de abóbora ( que gostinho bom! ), o tucupi no prato da Mara Salles ( o prato dela foi o meu preferido, simplesmente delicioso ) e a sobremesa da Lia Quinderé, que talento essa menina, tão jovem! E adorei encontrar você e seu marido, foi uma noite maravilhosa, graças a você, que me avisou sobre o jantar. Bjos
Tina, vc viu como apenas 3 palavras suas se transformaram num post? Portanto, quem fez o “post maravilhoso” foi você! Obrigada! Rsrrsss…
Estarei viajando e assim que voltarmos, farei o tucupi pra gente.
Boa viagem, aproveitem e venha com muitas novidades! Bjos
Putz Dilu, deu até pra sentir o cheiro delicioso pelo post! Dá próxima vez me avisa antes de fazer propaganda tá? Rsrsrsrs Beijos
Hummm culpa minha vcs não terem ido! Fico na obrigação de compensar. Tentarei fazer tudo pra gente, menos o ossobuco deslumbrante do Rodolfo, esse teremos de dar uma voltinha no Angatu, o que acho uma ótima ideia! rsrssss… Bjss amore
Nossa,eu nem fiquei sabendo, santa ignorância…
Ah Alessandra, foi tão rápido que quase que eu tb não ficava sabendo. No próximo, vamos ver se convencemos o Leo a estender o festival. Bjss
Nossa!!!! Que maravilha de menu! Que show gastronômico, e que mistura de sabores!!! Parabéns á todos!!!!
Eles estão mesmo de parabéns Felix, tudo uma maravilha, e muito bem executado. Da próxima vez eu gostaria que vc participasse! Bjss
Que pena eu não ta em BH, queria muito! Tudo maravilhoso!
Na próxima eu te aviso antes amor, bjsss
Dilu , este restaurante já tive o prazer de conhecer e saborear em dia mormal , faço idéia no Festival Glouton a delícia que foi !!!! Vc sempre saben dos melhores lugares !!!! Boa viagem !!! Volte breve , c novidades , bjs
Neusinha amor de vida, obrigada pelo carinho imenso que vc tem comigo, fico até enternecida! Obrigada mesmo. Bjss
Nossa Dilu!!!! Antes de começar a ler, imaginei um banquete dos deuses!!!!! Depois da leitura….nem pude imaginar o que foi….Me avise também da próxima vez….
Ô Rosa, que pena! No próximo, sem falta te falo antes. Bjsss amore