Tête é uma palavra francesa que significa cabeça, cara. Segundo o Google, o significado do termo tête-à-tête não é exatamente cara-a-cara, no sentido físico, mas sim uma conversa entre duas pessoas, tipo papo “cabeça” frente-a-frente, que pode ser pra discutir a relação, mas também debater o que é um bom prato. Então, pra hoje o que temos é um tête-à-tête.
Que tal um Tête-à-Tête?
Por Dilu Bartolomeo Villela
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Tête-à-Tête recebe prêmio de Melhor Restaurante de São Paulo pela Revista Época!. Primeiro lugar na categoria Novidade do Ano. Terceiro lugar pelo Almoço Executivo*. Primeiro Lugar em Restaurante do Ano e Novidade do Ano.
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Bem-vindo a este restaurante! Provavelmente, além do Mani, o Tête-à-Tête é realmente um restaurante qualificado para receber estrela Michelin em São Paulo.
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O cuidado e a perícia de dois chefs que se conheceram ao trabalharem juntos no D.O.M., comandam a cozinha de altos padrões.
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Gabriel Matteuzzi, depois de se formar em Barcelona, começou sua experiência internacional com o chef dos chefs Michel Bras, em Laguiole (único restaurante que, até hoje, eu não consegui uma reserva, apesar de ter tentado diretamente com a mulher do Michel Bras), de quem ele herdou o estilo.
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O chef Guilherme Vinha passou pelo Astrid y Gastón, em Lima.
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Matteuzzi, inspirado nos sabores brasileiros, faz uma comida tão bem trabalhada que o coloca entre os melhores chefs da cidade.
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Não sou apta a comentar sobre o bar e a adega. Só sei que lá existem! Dizem que a carta de drinques é bacana…
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A cozinha dá vista para o salão e atrás dela tem uma hortinha sustentável, de onde saem alguns dos ingredientes que compõem o menu.
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O restaurante autoral apresenta um cardápio pequeno – 4 a 5 pratos – pequeno demais, principalmente pro gosto do meu marido vegetariano. Mas assim que informamos as “chatices” (nada de restrição alimentar, chatice mesmo), fomos avisados que nada se tornaria obstáculo para um Tête-à-Tête…
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O cardápio é renovado para aproveitar a sazonalidade dos ingredientes e oferecer melhor qualidade aos pratos. Optamos pelo menu degustação que incluiu couvert, entrada, 2 pratos principais, pré – dessert, sobremesa e petit- four.
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Apresentação irretocável para fazer jus à matéria-prima e à técnica apurada. Tudo apontando para a alta gastronomia sem excessos e ainda, que nos remete à cozinha de Michel Bras, praticada por Gabriel Matteuzzi.
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Os pratos são criativos na medida certa para quem tem certa educação culinária e está aberto a boas experiências.
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O courvet induz a um começo do Tête à Tête! Traz primorosas manteigas aromatizadas, azeite de oliva e sal – tudo para acompanhar os ótimos pães caseiros e grissinis.
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Primeiro veio, para nós dois, a releitura do sanduíche de estádio, com gostoso confit de pernil de javali com legumes confitados e pão de três abóboras feito na casa – saboroso, apimentado com um leve sabor de coentro… uau!!!
Fui surpreendida positivamente pelo serviço, pela qualidade e sabor dos pratos.
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O nosso notório queijo da Canastra misturado com batata que, normalmente, acompanha o filé, mas para o Luiz…
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Cucurbitáceas é um mix de abóboras, molho (delicioso) e agrião.
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Similar ao que mais se vê nos restaurantes estrelados atuais, vem a cenoura rainbow com vinagrete de arroz tostado, emulsão de gergelim, óleo de nirá, flores e folhas.
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A fartura de cores, formas e texturas… ENCANTA!
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Os pratos, todos muito bem equilibrados, vêm no tempo certo, sem atropelos e cheios de sabor.
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Para primeiro prato, um peixe leve, servido com brócolis e folhas de shissô roxo e verde refogados.
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À mesa, o peixe é banhado com um caldo de carne com infusão de shiitake. Ma-ra-vi-lho-so!!!
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A carne de porco beira a perfeição. Emocionante!
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Emocionante!
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Seria um sorbet, mas aqui ele entra como pré-desert de jabuticaba que repousa tranquilamente em cima de uma farofinha de…? De…? De…? De não sei mais do quê!
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A sobremesa, apesar de parecer simples, cresce na boca e acompanha a excelência da refeição, também me surpreendeu. BANANA BABY envolta em massa fina e crocante, merengue de paçoca e sorvete de fava de Aridan…
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(Nos rituais de Orixá, nada se faz sem o uso da poderosa fava de Aridan, que protege o terreiros e os filhos de santo contra mazelas e feitiços. Ah! E tem mais: para que se dê o complemento do encantamento… tá explicado!).
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Sim, tudo nos encanta, até o café, servido no método French Press, que fecha o jantar com chave de ouro. Grãos selecionados formam o blend da casa, sendo moídos na hora e filtrados numa prensa francesa para serem degustados no seu apogeu.
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Assim como nos grandes restaurantes, os Petit Fours e o couvert são cortesia. Boa ideia para ser copiada pelos restaurantes brasileiros que, até hoje, não perceberam que são delicadezas como essas que fazem a diferença.
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Oremos (como tem dito uma amiga) pra que o Tête-à-Tête mantenha o padrão. E ainda, para quem o conheça, não se esqueça, e tenha vontade de voltar, a mesma que sinto agora ao lhes escrever.
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Saí do Tête à Tête com a impressão do “até que enfim!”. Acho que este restaurante vem pra elevar o nível do setor no Brasil. Como diriam os ingleses de antigamente num tête-à-tête: vida longa para o Tête-à-Tête!
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- * O prêmio foi mantido, mesmo que não possamos curtir, pois o chef resolveu acabar com o almoço executivo. Tomara que sirva como apelo para que a resolução seja repensada.
- Os menus podem ter a harmonização com vinhos.
- Não sei se procede, pois com Luiz é impossível dividir pratos, já que ele é vegetariano, mas soube que pratos divididos têm um acréscimo de 20%. Coisa chata e desagradável, pra não dizer insossa, não combina com os sabores das criações.
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Amei Dilu!
Formidável o post!
Saudades de SP!
Amo tu.
Nem fala Frô, pois imagino a experiência inesquecível que vc teve por lá.
Obrigada, ainda bem que vc me deu essa dica. Adorei!
Eu a-do-re-i-a-di-ca-MA-RA-ViI-LHO-SA!
Que bom Patricia, pode ir por minha conta! Rsrssss… Bjs amore
Post mega bem feito, o chef deve tá feliz com vc, logo vc, indicando. Vai virar Domenico, a mineirada vai em peso kakakaka
Rsrsrss… Ju, o Domenico foi um restaurante que gostamos desde a primeira vez, quando poucas pessoas conheciam, mas sempre manteve o padrão, isso é maravilhoso! O Tête-à-Tête também não é muito conhecido dos mineiros, mas creio que será. Bjss
Que bom saber do Tete a tete Dilu, toda hora eu vou pra SP e não sabia deste restaurante. Dá mais dicas de lá. Vc já foi num que chama Epice?
Ligia querida, fui sim, duas vezes. Mas o Epice fechou, apesar de ser considerado um dos bons da America Latina, era o 26o colocado. Acho que o chef Alberto Landgraf tem o desejo de abrir outro restaurante, talvez no Rio, vamos testar!
Diluzinha, eu adorei a sugestão pra comer bem em São Paulo, mas fiquei curiosa com um assunto. Este negócio de fazer reserva em restaurante chic e estrelado, como é? Pq que vc não conseguiu neste Michel Bras?
Rsrsrsss… Monica, fui pra França ano passado e fiquei com meu roteiro em suspense por alguns meses tentando uma reserva no Michel Bras, pois Laguiole fica um pouco pra esquerda de quem está descendo em direção a Carcassone. Quase todos os dias, ligávamos pra ver se tinha alguma desistência. Fiquei impressionada, nunca tinha. Nesta última viagem pra Itália, queríamos conhecer o segundo melhor do mundo chamado Osteria Francescana, que não foi tão difícil conseguir nosso lugarzinho ao sol. Valeu a pena, foi maravilhoso!.
Ai meu Jesus, eu não acredito que aquele monte de legume pode ser uma comida MA-RA-VI -LHO-SA
Querida anônima, realmente é difícil imaginar que “aquele monte” de legume possa nos proporcionar uma experiência gastronômica interessante. Mais difícil é eu tentar te explicar um sabor sem estarmos juntas, pra que você possa olhar nos meus olhos, na minha boca que, com certeza, vai salivar se eu te contar a respeito. Espero que nosso encontro um dia saia do virtual e vire realidade para que possamos falar sobre, ou quem sabe, sentarmos numa mesa como a do Tête-à-Tête e degustarmos dessa MA-RA-VI-LHA? Bjss
Dilu, as fots estão lindas dos pratos, quem faz ?To esperando a receita tá ?
Nanda querida, ainda bem que você me lembrou, já estava esquecendo. Amanhã vou postar sobre o chef suíço que morreu e na sexta, sem falta, vai a receita do delicioso bolinho.
As fotos são minhas fia… Obrigada pelo elogio, fico feliz!
Dilu, saboreando suas palavras (e fotos) uma a uma. Parabéns pelo cuidado e delicadeza que tem ao transmitir suas impressões e dicas. Doidinha por um “Tête-a-Tête em SP!
Grazie, Bella!! Bjk
Bella, bellissima é você minha querida Mary.
Queria eu poder estar junto neste Tête-à-Tête em Sampa! Se você for, não deixe de conhecer um novo restaurante que se chama a Casa do Porco…. louca pra conhecer! Bjs e obrigada por sua participação, fiquei feliz com você por aqui!