Saiu o novo Guia Michelin 2016. Bravo! Muito aguardado… E a expectativa que gera esse “ser” nos profissionais do ramo?!!! Epicuristas, gourmets, comilões, entendidos, nós, que amamos o assunto, todos… Todos ansiando pelo conteúdo daquelas páginas.
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Com certeza, os organizadores estão pra lá de satisfeitos em anunciar os novos restaurantes estrelados, que não podiam ser revelados 1 minuto antes da obra sair do forno, apesar da insistência da imprensa.
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Claro! O “diz que me diz” andou solto – afinal, as redes sociais estão aí, mais do que nunca, é pra isso mesmo – até declarações de quem tudo sabe e nada sabe eram picadas, cozidas, congeladas, servidas em faustosas mesas (menos digeridas), enfim…
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Porém, o lançamento (com um minuto de silêncio) do novo Guia Michelin foi enlutado com a morte cruel de mais um jovem chef, de apenas 44 anos, Benoît Violier, honrado com 3 estrelas Michelin e recém considerado Melhor Chef do Mundo pela nova lista de melhor isso melhor aquilo, a “LA LISTE”.
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Com tudo isso, a primeira coisa que me lembrei foi do filme PEGANDO FOGO, quem não assistiu, perdeu. Pelo título é possível imaginar o teor do que é exibido na tela, isto é, a tensão em que vive um chef de cuisine.
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E em meio a muitos pensamentos… Copio Paul Bocuse: “Meus pensamentos estão com a família e amigos de Benoît Violier”.
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Sim, meus pensamentos estão com eles. Gostaria que nunca experimentassem o sabor desse desgosto.
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Que as estrelas, não as Michelin, as outras, aquelas que têm o brilho de Deus, a leveza dos anjos, o conforto de Nossa Senhora e a aleluia dos céus, estejam guiando o voo de Benoît Violier e inspirando-o para ser, cozinheiro sim, mas alegre, contente, como todos devem ser, onde não exista tanta articulação, marketing, pressão, influência e outras cositas más.
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Pela primeira vez li algo triste aqui! Realmente uma pena, fiquei sabendo disso há alguns dias e rezei por ele que fez uma escolha que não deve ser a solução para o espírito dele. Que Deus tenha piedade do cozinheiro talentoso!
Polinha querida, infelizmente, em todo setor existe o lado triste. O Dilucious traz mesmo só coisa linda, deliciosa, bacana, chic, gostosa, feliz, enfim… Mas, depois de assistir o filme Pegando Fogo, tive muitas vezes a vontade de falar algo a respeito, mas só com esta, que é a maior manifestação de socorro que uma pessoa consegue provocar nas outras – e ninguém merece – vi o resultado da pressão sofrida por quem gosta de oferecer o alimento. Nem acho que seja apenas pelo dinheiro. Tenho cá comigo que, além do “sucesso”, o cozinheiro quer ver alegria na cara daquele que ele alimenta. Nisso está incluído tantos tipos de alimento, né? Muito me entristeço pela família. Vi vários vídeos do chef e em nenhum deles, apesar de ter procurado, não encontrei um resquício de desânimo… Por que então meu Deus?
Desespero e desesperança.
Pois então Dilu, o cara tinha de tudo! É isso aí! Pq então meu Deus?
Vai entender!
Deve de ser um mundo cão! Um preço muito alto pelo glamour.
Tem uma chef carioca que chama Roberta Sudbrack que o restaurante tem o nome dela disse que ta cansada de tudo isto, falou que chega de tanta lista, de tanto prêmio, de tanta pressão para ser o melhor que chega já os custos, a pressão do trabalho em si, do cansaço, da dor nas pernas e nas costas, da dificuldade de trabalhar. E ainda tem o calor infernal da cozinha, do fogão, credo!
Esta última palavra: “más” foi de propósito, se é que já conheço sua maneira de escrever Dilu. Se é que tou certa, vc tá certa. Coisas más sim, uma tristeza.