É engraçado pensar que quem se propõe a escrever, seja em blog, livro, jornal ou qualquer outro meio, tem de escrever e pronto, e o bom que sempre encontra a chama da inspiração aqui, ali, acolá e nas pessoas. Então… Peço licença para voltar a instantes antes do almoço: era preciso decidir onde almoçar sendo que estávamos ainda na mesa do café da manhã que virou brunch (mesa que foi rendendo… rendendo… até quase duas horas da tarde).
Eu: Joice, você conhece algum bom restaurante árabe?
Joice: Conheço um ótimo, que… patati… patata…
Eu: Ótimo, vamos fazer reserva nele…
Joice: Ah, mas tem um restaurante assim, assado lá no… patati … patata
Eu: Nossenhora, só vai melhorando! Então é neste que vamos fazer a reserva.
Joice: Outro dia almocei num italiano que fez um menu-degustaç….
Eu nem quis saber o resto: É este que eu quero! Já são 2 horas, vê com o chef se ele faz um menu-degustação assim pra gente, por favor!!!! Minutos depois estávamos no Pettirosso, graças a bendita curiosidade que nos traz buscas incessantes, nos deixa em estado de alerta e nos move constantemente ao encontro de surpresas. Neste dia descobri que Comida extraordinária é feita por pessoas extraordinárias, cuja conexão com os elementos não é cerebral e mecânica, e sim, bastante espiritual (frase do chef Marco Renzetti, que me inspirou neste post, além da sua comida, claro!).
.
Osteria del Pettirosso
Buon appetito a tutti! Com poesia!
.
.
A primeira vista, é um restaurante italiano comum, mas é só ler o cardápio para perceber uma essência diferente, mais refinada… ou mais delicada talvez, não consegui encontrar uma palavra que o definisse. Enquanto pensava nisso, entrei no site do restaurante e ouso dizer que conheci também a essência do chef Marco Renzetti.
.
.
Comprovei meu modo de sentir o restaurante com uma frase do próprio chef Marco Renzetti: “Tem muitos aspectos que compõem o conjunto de virtudes de um ótimo cozinheiro, porém, uma visão poética da comida e uma certa sensibilidade são características imprescindíveis“. A palavra que eu não consegui encontrar no dia, encontrei nas palavras do chef: poesia! Agradeço a Joice Hasselmann! A pessoa, além de saber tudo de política, sabe dar uma boa dica de restaurante.
.
.
Dica boa é sugerir lugares que poucos conhecem, e se a ideia é curtir os amigos num ambiente gostoso, sem pompa, mas com muito charme, vale conhecer o Osteria del Pettirosso. Dica boa também é aquela que vem completa, sugere como, onde e até o tempo que devemos gastar.
.
.
Estando à mesa do Pettirosso, “desacelerar” é super necessário, e tem suas vantagens. Conforme os experts, comer depressa, além de não nos deixar aproveitar… acredite: engorda. Por causa disso, vai a dica: a pressa é inimiga da refeição e, baseada nisso, adoro ficar nas “mãos do chef”.
.
.
No Pettirosso ficar “nas mãos do chef” significa degustar um menu degustação harmonizado com vinhos, com sabor, com alegria, mas também com poesia e frases pelas paredes.
.
.
O que você verá na continuação deste post, meu querido leitor, o fará concordar que não à toa, o Osteria del Pettirosso ganhou o prêmio de melhor cantina da cidade pela revista Veja SP, por três anos consecutivos. Opiniões de peso ajudaram nesse processo.
.
.
Então, vamos ao festim, começando com o primeiro de muitos brindes.
.
.
Pão artesanal de fermentação natural, azeite de oliva extra virgem, patê MARAVILHA de fígado feito na casa, manteiga batida, alici, azeitonas temperadas e conserva de verdura da temporada.
.
.
Para o Luiz veio uma cebola recheada que, mesmo antes de abrir, tinha a melhor cara do mundo.
.
.
E depois de “La cipolla” destampada… ui, babei aqui! A cebola foi assada e recheada com ela mesma.
.
.
Cavaquinha ao vapor, marinada no vinagre artesanal e servida com cebolinha. Eu amei o sabor ácido do vinagre, que casou muito bem com o vinho. Pena que esqueci de tirar as fotos dos vinhos.
.
.
.
.
As folhas são desidratadas para ficarem nessa consistência linda e quebradiça.
.
.
O prato do Luiz vegetariano ficou ainda mais bacana que o nosso, pois a carne foi substituída por frutas. Show!
.
.
Chegamos ao Pettirosso na expectativa de comer muito, e muito bem – claro! Mas beber muito… E ainda estávamos meio que no início 😆
.
.
Spaghetti glassati all’acqua de pomodori é a versão do chef para o spaghetti ao sugo, prato mais emblemático da cozinha italiana
.
.
Depois veio um capeletti que, confesso, não lembro o que era, mas parece que tinha manteiga de sálvia.
.
.
Acho que a essa hora, eu que não bebo, já tinha bebido um pouco além…
.
.
Foi então que veio um peixe maravilhoso, lembro do sabor na minha boca, mas não sei o que era.
.
.
Agora eu não acho mais, tenho certeza, bebi demais!
.
.
Mas a carne eu lembro, foi um Saltinbocca di vitella a modo do chef: vitela cozida a baixa temperatura, presunto, sálvia, molho de vinho branco e “vignarola”… Oiii???? Também não sei o que é vignarola. A montagem do saltinbocca é super diferente. Adorei!
.
.
O mais bacana foi a harmonização – veja o vídeo
.
.
.
.
Teve Panna cotta con miele…
Teve Tiramisù a modo mio! Modo mio nada, quem dera eu – modo do chef!
.
.
Teve uma harmonização tão perfeita, que falava! E falava assim: Buon appetito a tutti!
.
.
Teve chef que ama o que faz e demonstra isso nos pratos que serve aos comensais.
.
.
.
Ahhh… teve tanta coisa boa!
.
.
Sei que a partir de hoje, muitos dos meus amigos vão querer conhecer o Pettirosso. Então… Buon appetito a tutti! Com poesia!
.
Ai Dilu, vc mata a gente!
Babei, babei e babei!
Dilu !! Já passei as dicas para meus filhos em SP !!!
Qdo eu for , na volta terei que comprar roupas novas , as calorias terão encolhido todas as minhas