Odeio parar em um restaurante simplesmente para “matar a fome”. Esta necessidade no meu “mundo encantado”, não existe, pois o ritual da mesa enquanto ainda está no campo da expectativa, é muito excitante para mim. Vamos planejar uma viagem? Então, primeiro, é preciso pesquisar e enfatizar roteiros gastronômicos. Nada mais “gostoso” (nos dois sentidos) que descobrir comidas que nos fazem felizes, que nutrem o corpo e a alma. Sou mesmo uma gourmet declarada, e envolvo o Luiz, meu marido, neste universo de prazeres gastronômicos. Porém, no caso de restaurantes indianos, foi ele quem me seduziu e destampou novas panelas, opss… abriu novas portas! As portas da Índia. Quando o assunto envolve esse país, automaticamente se estabelece uma conexão com a gastronomia. Lá, o festival de sabores e aromas é cercado por rituais e símbolos, com os quais, o indiano busca, através das manifestações artísticas e das atividades do dia-a-dia, se conectar com o Divino. Tanto que a comida e o sexo são considerados presentes dos Deuses e assim, tratados com devoção. A alimentação indiana é mais que uma necessidade e a culinária, mais que uma arte! Perfeito, a cara do Dilucious!
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Experimente a Gastronomia Indiana
Dilu Bartolomeo Villela
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Cidade por cidade, por onde Luiz Guilherme e eu passamos, desde nossa primeira viagem, fazemos questão de conhecer um restaurante indiano local. Em Madri, há 22 anos foi o primeiro. Em B.H. no início, íamos muito no Maharaj, depois conhecemos o Bhagwan, na Sagrada Família. Em São Paulo, o Govinda era maravilhoso! Em Buenos Aires, um super interessante é o Bengal, que mistura a gastronomia indiana com a mediterrânea, originando um menu de alta cozinha.
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Em Quebec, fomos em um super simples, mas inesquecível no paladar… e o nome… completamente “esquecível”. Em Paris, o Yugaraj era o que sempre íamos quando ficávamos no Saint Germain.
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Em Marseille, tivemos uma das melhores experiências, e a mais bizarra. Pedimos uma coletânea de pratos. A comida estava maravilhosa, e em certo momento, todos dois muito felizes, resolvemos perguntar o que exatamente tinha em cada cumbuquinha daquelas… – “Lentilha com coentro, blá blá bla, quiabo com não sei o que, frango com não sei o que….” Ãh? Como assim? Não dá para imaginar a cara do Luiz Guilherme, que odeia coentro, quiabo, e vegetariano desde sempre, abomina frango. Não gente!!! Entre risadas, senti uma pontada de dó! Ele não sabia se chorava ou vomitava… E eu… Não sabia se ria, consolava ou ameaçava: “Já que comeu e gostou, agora lá em casa vai comer também!” Rsrssss… O Benares, em Londres, foi o melhor, único com estrela Michelin, onde o chef Atul Kochhar mudou a maneira como as pessoas percebem e experimentam a culinária indiana.
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Quem consegue resistir à intensidade do sabor e do cheiro da semente de mostarda, do cardamomo, noz-moscada, cominho, hortelã, canela, anis estrelado, gengibre, cravo e, pra mim, o melhor de todos, o fascinante coentro? O coentro é um capítulo categoricamente especial na gastronomia, suas folhas são mais comumente usadas, mas a raiz e o caule também são saborosíssimos. Muitas pessoas dizem que não gostam e quando comem, além de não perceberem o sabor, dizem que o prato estava maravilhoso. Isso já aconteceu várias vezes, né Lúcio Portela, Dorinha e Ana Paula Lanari?!! 🙂
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A função das especiarias quando corretamente utilizadas, além de sabor e aroma, conferem propriedades terapêuticas fazendo entre outros bens, que a comida se torne de fácil digestão. Vou citar alguns exemplos interessantes como o cardamomo. Existem três tipos – um marrom, de tamanho maior e aroma forte, e outros dois, de cor beje e verde, menores e de aroma menos intenso, mais usados em doces. Além de delicioso, já era minha especiaria favorita sem saber que estimula a mente e o coração… Agora então… passou a ser recomendada para “Uso diário!”
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O açafrão, além de sabor, confere beleza aos pratos. O gengibre, além de delicioso, é bom para emagrecer, pois acelera o metabolismo. A pimenta também, e ainda ajuda a suar. E olha que bacana! Mesmo num país quente como a Índia, os indianos a usam sem parcimônia, pois é ótima para limpeza interna do corpo.
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Nunca soube! Gergelim é bom para rejuvenescer! Dizem que as sementes pretas contém maior quantidade de energia solar. Um quilo desta delícia custa bem menos que um potinho de qualquer creme!!!!
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O que genericamente é chamado de curry no ocidente é, na verdade, uma mistura de várias especiarias. Já há uns 20 anos que na minha cozinha não falta, em hipótese alguma, uma miscelânea com 5 especiarias secas, que comprava com o nome de 5 aromas. Hoje, passeando no Bon Marche, só achei QUATRE ÉPICES (4 especiarias) – amo tanto seu aroma e sabor que a uso mesmo em outros tipos de pratos.
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Existe uma sobremesa (meio bebida, parecida com nosso milk shake) que é muito interessante. No Brasil poucas pessoas conhecem: Falooda. Ela é feita com um ingrediente de nome TUKMARIA. (Fica a curiosidade! Depois que eu voltar para Belo Horizonte, dou a receita que fiz apenas uma vez, há seis anos. Vou repetir para colocar no blog, quero muito que você veja e conheça.)
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Os indianos acham que o hálito das pessoas ao final de uma refeição não é propriamente agradável, por isso, servem sementes com sabor refrescante. Houve uma época, que eu dava um pacotinho com uma mistura de anis, lavanda e menta como lembrancinha depois dos encontros lá em casa. Dizia que era aroma do paladar para ser usado antes de ir para cama com os maridos.
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Falando em cama… Homens, olhem isso! Noz-moscada é utilizada no tratamento de impotência e ejaculação precoce. Agora, para as mulheres! É calmante e adequada para quem sofre de insônia. Que tal juntar a noz-moscada com a água de rosas? Êêhhh Dilu… pensando em quê? Rsrrsss… ok, a água destilada das rosas ou sua essência, é usada para aromatizar doces e sucos. As pétalas são usadas para decoração e também para geléias. Mas que rosas e um bom champagne produzem efeito afrodisíaco.. ah isso produz!
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Nossa! Rodei, rodei, falei, falei para chegar nesse dia da nossa viagem quando, ainda na Borgonha, saímos de Beaune em direção a Roanne. Por já termos a reserva para o jantar na Maison Troisgois, não queríamos nada de muito especial ou gastronômico para almoço. Mas queríamos algo, como sempre muito especial, para ver. Pedimos sugestão à concierge do hotel… Hummm!!! Se você gosta de boas experiências, não confie em concierges. Muito difícil acertar. Segundo ela, Chalon sur Saône é uma cidade “très jolie” e poderíamos almoçar perto do rio. Tudo que mais amo é um rio. Chegamos e de cara vimos essa vista. Uau! Très jolie messsssmo…. rsrrsssss…. Só que procuramos… procuramos, fomos perto do rio e nada. O lugar é lindo, mas não encontramos restaurantes por perto…
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Para completar, nossa reserva para o almoço foi feita em um restaurante italiano, segundo a tal concierge, o melhor da região. Chegamos e não gostamos! Saímos para pegar o carro e tentar chegar rapidamente em Cluny ou Bourg-en-Bresse a tempo do horário – super rígido – de até 13h30m. Andando, vimos um restaurante indiano… nem pensamos duas vezes.
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Entramos no Restaurante Le Shalimar.
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Ao entrar, já gostamos. Normalmente, restaurante indiano peca na decoração. Este não! Bonito, decorado à moda indiana, mas com muito bom gosto!
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Todos os guardanapos dobrados diferentes uns dos outros. Lindos!
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A comida estava deliciosa, super correta! Os temperos no ponto certo! Ai que delícia! Como couvert pedimos o naan com queijo e alho (adoramos) com raitas.
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E os preços? Na França, existe a Formule, normalmente praticado no horário de almoço, na qual é oferecido um ou mais tipos de menus. Para quem gosta de tudo, assim como eu, é ótimo. Para o Luiz, vegetariano que come quase nada, não faz a menor diferença, pois ele nunca gosta dos pratos pré-escolhidos para o menu.
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Eu escolhi o Menu dégustation, mas este restaurante ainda tinha as Formules de 10,90 e 17.90.
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Para entrada, escolhi frango, cordeiro, salmão e camarão grelhados no tandoor, que é o mesmo forno no qual o naan (pão) é assado. Todos acompanhados de hummm… esqueci! Acho que era repolho. Estava delicioso. Pena as fotos terem ficado tão ruins.
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Luiz ficou na lentilha com arroz basmati e outros naans.
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Escolhi para o prato principal o Saint-Jacques preparado com leite de coco e amêndoas. Olha… Estava maravilhoso! As vieiras vieram pequenas, mas pelo preço, nem tinha como ser de outro jeito.
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Para sobremesa, escolhi uma que adoro: Gulab Jamun. É feita com leite em pó, leite, manteiga, farinha de trigo e cardamomo. É frita, depois mergulhada na calda com água de rosas… Tudo de bom!
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O chef é tímido!
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Este post não tem a intenção de sugerir ou dar a dica do restaurante, já que não indicaria a cidade francesa de Chalon-sur-Saône. Gostaria mesmo de conversar sobre hábitos alimentares indianos. Por isso, se quiser aprofundar um pouco mais nesta rica cultura gastronômica e pegar a receita passo-a-passo do Samosa, clique aqui. Mas de qualquer maneira, coloco o endereço. Vai que algum amigo se perde por aquelas bandas…
LE SHALIMAR – 50 Rue de Strasbourg – 71100 Chalon-sur-Saône
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Pra variar, Amei!!!!!!!
Obrigada Polinha, que bom que gostou (e do coentro também kkkkkkkkkk)
Dilu, adorei essa matéria sobre a gastronomia indiana e a outra tb, que vem com a receita. Vc é fera menina! Bjao
Ah minha querida, super obrigada, fico feliz com seu comentário! Bjs
Dilu, nunca tive sorte em restaurante indiano, apesar de ter tentado só umas tres vezes. hahahaha
Mas vc sabe que do jeito que vc escreve, mesmo nao gostando a boca vai salivando hahahahaa
rsrrssss Tati, só de pensar também fico com água na boca, amo demais! Bjs
Querida Dilu, obrigada por nos presentear com esse blog tão bacana. Depois de ontem, que conheci e comecei, não consigo parar de ler. Acho que já li uns 100 posts. E ainda não cansei. Ate parece um livro, daqueles que tira o sono. Beijocas
Nossa Agnes, que fofa! Comentário mais lindo, obrigada. Você me deixou muito feliz! Vem sempre fazendo comentários, criticas e sugestões, assim você ajuda o blog. Bjs
Nossa! Descobri que nunca fui num indiano. Querooooo conhecer!
Fatinha querida, não deixe de experimentar, acho que vai gostar! Bjss
Eu também amo tudo que vem e é daquele país. Não só a gastronomia, mas a cultura. Minha flor continue fazendo esses posts bárbaros!
Ju, sinta-se a vontade se quiser escrever um post nos informando curiosidades que você deve ter a mais que nós. Seria muito bem-vindo no IT AMIGOS. Bjss
sempre nos enriquecendo. Legal demais! Beijossss
Obrigada de coração Ana Amélia, bjs
Adorei!
Obrigada Carol, volte sempre, tá? Bjss
Dilu, quero dar parabens pra vc. Tudo que é postado no blog eu gosto. Dos mais simples, aos mais elaborados como esse. Uma aula gostosa de seguir! Obrigada!
Ah Marcela, que bom! Adorei a “aula”, mas sem essa pretensão Aqui algumas experiências com um pouco de pesquisa. Querida, volte sempre, vou ficar esperando mais visitas suas, bjs
Massa demais ler essas coisas e ainda ter a receita, so que se vc puder, poderia fazer como as outras. Colocar o link pra baixar a receita. Beijao e obrigada.
Nossa Bernadete, esqueci completamente. Amanha vou fazer isto. Obrigada por me lembrar e mais ainda por ter gostado. Bjs
Que tudo Dilu, adorei os dois posts!
Obrigada Carla, bjs
Ai que tudo Diluzinha! Mas só queria saber se acabou a borgonha? Adorei demais, e não me canso de saber sobre essa região e meu marido, sobre os vinhos. Se tiver mais, vou adorar! Estou querendo ir pra lá em maio. Bjs
Adriana minha querida, ainda tenho mais posts da viagem, porém entrando em outra região, mas tenho uma ótima surpresa para vocês. A partir da próxima semana, contaremos com a ajuda da Aline, uma conhecedora e estudante de vinhos que mora em Beaune, na Borgonha. Espere, você vai adorar as dicas dela!
Dilu, de restaurante indiano só conheço o Maharaj! Nunca comi em outro lugar, ainda!! Adoro esta sobremesa de água de rosas! nham!!
Achei este restaurante que você foi super simpático!!! Também entraria ao notar a decoração do ambiente pois não tinha a cara de pega turista, sabe?
Sou fã da comida indiana e tailandesa por causa do tempero forte e rico! Acho uma delícia! Ah, eu gosto de coentro viu? hahaha não tenho nenhuma restrição quanto ao tempero, somente tenho restrição sobre o teor da pimenta que gosto bem suave!
Beijos!!!
Ah Maria, eu também só não gosto de muita pimenta, acho que esconde os outros sabores. Antes de fazer o pedido em restaurantes deste tipo, é esta minha primeira pergunta: Quão forte é a pimenta?
Uma hora qualquer vamos combinar de você conhecer o restaurante da Sagrada Família, acho que vai gostar.
Bjs querida, saudades!
Gente, e eu que não sabia dessa coisa da mão direita e esquerda. Bacana! Mas o que mais achei interessante e estou super, mega curiosa, é do tal do Falooda. Esperando! hahaha
Mara, assim que tudo voltar à rotina, faço questão de preparar o Falooda, é sim, super interessante! Bjs querida