Ah, o Langue! Colinas feitas de paisagens, vinículas, trufas… e muito mais!

Ah, o Langhe! Esse é o mais famoso

território piemontês, graças ao seu

patrimônio eno-gastronômico, além

de Patrimônio da Unesco.

Lá encontramos colinas cheias de

música, danças, árvores de avelãs, vinhedos e delícias que

inspiram um punhado de restaurantes a cobiçarem as

estrelas Michelin, oferecendo maravilhosas refeições

harmonizadas com vinhos de 1^a linha, já que é o local

onde reina o Barolo, “rei dos vinhos e vinho dos reis”. E outra,

neste lugar, um simples piquenique nos mostra que

os italianos, no comer, sabem como aproveitar a vida.

Pura filosofia de vida.

.

Ah, o Langue!

Colinas feitas de paisagens,

vinículas, trufas… e muito mais!

Por Dilu Bartolomeo Villela

.

.

Paisagens!

.

.

Vinícolas!

.

.

Trufas! Funghi Porcini! Comida como bem cultural! Afff! Coisinhas “simples”, e possíveis de serem encontradas em qualquer canto, mas qualquer canto do Piemonte – destino gourmet que assanha a mente já assanhada de comilões do mundo inteiro.

.

.

Ah, o Langue! Área de maior concentração desses assanhados comilões, alguns têm a sorte de sorver o néctar de algumas das garrafas produzidas no Piemonte. Muitos desses vinhos têm o sufixo d’Alba.

.

.

E Alba é a principal cidade do Langhe, mas devo sugerir: se tiver tempo, gaste-o também nas outras aldeias e encostas abrigadas por uma sempre charmosa e permanente névoa que não quer perder seu posto de jeito nenhum… Claro, num é boba nada. Ir pra onde, se lá é um lugar sem igual no mundo.

.

.

Ah! E não se sinta culpado. Que culpa tem você se a região só te leva a pensar em comida e vinho? Sim, qual lugar no mundo tem trufa branca e rei dos vinhos? Então, vamos lá!

.

.

O Piemonte produz os vinhos Asti, Barbaresco, Barolo, Brachetto d’Acqui, Gavi, Gattinara e Ghemme com a sigla DOCG (denominação de origem controlada e garantida) e 46 DOCs (denominação de origem controlada), que incluem variedades de Barbera, Freisa, Dolcetto e Nebbiolo. Que tal parar em alguma adega e provar um Barbera, um Barbaresco, um Barolo ou qualquer um deles? Rsrsss…

.

.

Mas se, além de degustar, você quiser falar sobre a bebida… Arrume um tempinho e conheça um projeto inovador que fala de uma forma poética da relação do homem com o vinho. Visite o WiMu Museo del Vino em Barolo, onde são expostas as tradições locais, mas também a história, os mitos e mistérios da bebida de Baco – tudo entre passado e presente, escuridão e luz, som e cor, músicas e instalações, jogos e experiências sensoriais… Um hino ao vinho mostrada de forma particular! É inusitado, uns preferem museus tradicionais, outros não.

.

.

Então… falando em tempo, haja tempo pra visitar tantas lojas de vinho: La Spinetta Castagnole, Coppo e Gancia Barolo, Canale, Grinzane Cavour, Marchesi de Barolo… Muitas delas abrem suas “catedrais subterrâneas” ao público e algumas podem ser visitadas sem hora marcada.

.

.

Em especial, sugiro a Enoteca Regionale del Barbaresco. É uma igreja construída no século XIX (dá pra imaginar?) em Barbaresco que promove a produção do vinho na região. O espaço abriga a enoteca que nos mostra o que é criado pela vinha, em especial, o vinho Barbaresco. Salas com apresentação da história do Barbaresco, exposição e venda de vinhos, degustação gratuita, informações turísticas e gastronômicas da região.

.

.

E também não deixe de conhecer as históricas vinícolas de Fontanafredda em Serralunga d’Alba, onde o rei Vittorio Emanuele II de Savoy usufruiu de bons momentos com Rosa Vercellana, plebeia que acabou fisgando o coração do monarca e se tornou a esposa morganática com título e tudo: Condessa de Mirafiori.

.

.

Nem só de vinho vive o homem e, entre uma taça e outra, nada substitui as tábuas com os diversos e melhores queijos, muitos deles D.O.P. (selo de origem protegida).

.

.

Em se falando de queijos, Bra deve ser um destino imperdível para os que querem conhecer uma coleção de queijos imperdíveis. Eu não fui, mas o Festival chamado ‘Cheese’ é organizado pela Slow Food., daí já dá pra imaginar o que se encontra por lá.

.

.

Alguns dos melhores queijos da Europa acompanham o maravilhoso “grissini”. O melhor tem receita criada em 1600 e é encontrado em Barolo, na padaria Cravero, onde nos é permitido assistir o processo de sua fabricação.

.

.

E quem tiver a sorte de estar na região no domingo, com certeza vai passar pela feira de Barolo. Amo!

.

.

A região é famosa também pela fassone, raça piemontese de carne de alta qualidade considerada a mais importante. Quando estiver por lá, prepare para se deparar com os embutidos – a “coisa” é servida num simples sanduíche dos deuses, em tábuas de frios, enroladinho nos aspargos, no famoso grissini, e com melão?!!! É também vendido com trufas… Afff! Tudo de tirar qualquer um do sério, além da própria carne, claro.

.

.

Mas vamos sair do sério e voltar à infância com as coloridas, saborosas e, apesar de pequenininhas, famosas balas! Falo de mais um patrimônio da região que servia a família Savoia. Desde 1857 as balinhas vêm em lindas latinhas com sabores que agradam reis e rainhas.

.

.

Em Alba se encontra a sede da Ferrero Rocher, a gigante da indústria do prazer, que usa a famosa avelã regional “Tonda Gentile” para produzir, entre outras guloseimas, a tão famosa e amada Nutella.

.

.

Além disso, guloso que é guloso quer conhecer o Laboratorio di Resistenza Dolciaria e lá, experimentar o melhor bolo… De quê? De avelã, é claro!

.

.

Ainda para os amantes da gastronomia, Pollenzo abriga a Universidade de Ciências Gastronômicas, fundada pela Slow Food – movimento que tem como filosofia o respeito e a redução do ritmo da vida contemporânea através do alimento.

.

.

Tá pensando que chega? Nã nã nã nã não! Região onde o vinho poderia brilhar absoluto, mas… Deus foi ainda mais generoso, o terroir é abençoado e se o Piemonte fosse um sabor, seria o da sua estrela mor, o sabor das trufas brancas.

Ah, pensando nos conceitos básicos e análise sensorial sobre trufas até pensei em inscrever meus pequenos, o Duke e a Princesa, na Universidade para cães farejadores de trufas, que fica em Roddi. Será que eles mostrariam talento para a coisa? Sei não! Acho mais fácil a gulosa Princesa comer todas as trufas antes mesmo dos guias conseguirem colocar os olhos na celebridade.

.

.

Então, o melhor é você pegar suas botas, contratar guias e cães treinados da La Casa del Trifulau.

.

.

Assim, que tal sair tranquilamente em busca delas (das trufas) – “farejando”, descobrindo, cavando e você mesmo desenterrando a rainha dos cogumelos?

.

.

Acredite, tem recompensa! A aventura, e o fruto dela, terminará com um simples prato de tajarin, que é o tagliolini (massa cheia de ovos, representante oficial da região) ou/e com um ovo frito – melhores iguarias para receber a trufa em sua plenitude, preparos nada sofisticados que te levarão ao paraíso.

.

.

Estando na região, é imperativo experimentar, pelo menos uma vez, a emoção de ver a trufa branca de Alba sendo ralada bem ali, na sua frente. Sim, este é sem dúvida, durante o outono europeu, o produto mais reputado da região, um verdadeiro tesouro subterrâneo que triunfa nos mais refinados restaurantes.

.

.

DILUdicas:

• Estes posts dão sugestões pra quem está se programando pra visitar a região.
• A feira de trufas acontece em outubro, mas até janeiro as trufas ainda são encontradas.
• O aeroporto mais conveniente para o Piemonte é o de Milão: Milan’s Malpensa Airport, que fica a duas horas de carro do Langhe.
• Eu sei que é quase impossível saborear todos os produtos típicos da região, por isso, faça sua lista de prioridades e tente segui-la (sei também que é quase impossível não se perder pelo caminho… rsrsss…).

.

.

Clique aqui e veja o post anterior dessa viagem à Itália

PIEMONTE e seu terroir abençoado pela UNESCO

.

Clique aqui e veja o próximo post dessa viagem à Itália

LA CIAU DEL TORNAVENTO
Nós chegamos lá e… la trufa è servita!

.

 Se quiser receber um e-mail avisando quando publicamos novo post, por favor, deixe seu email aqui. Obrigada, Dilu