Acordar, passear, almoçar, jantar e dormir em castelos entre vinhedos é o que há de romântico! Quem puder viver isso, agradeça por estar construindo uma parte (inesquecível) da sua história, e depois, se for possível escrevê-la, sinta seu lápis desenhando a perpetualização de uma história de amor! Com o blog, estou tentando registrar a viagem para que mais esta não caia no esquecimento de datas, lugares, restaurantes, cidades, pequenos e grandes acontecimentos (alguns proibidos para menores, outros proibidos para maiores kkkkkk) como tantas outras viagens. Em cada post, registro um pouco de amor. Amor pela viagem, pelo blog, por meu marido, pelo alimento, e nesse em especial, tudo isso misturado a um pouquinho de pensamentos sobre o vinho!
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BORGONHA
Influenciada pela Borgonha, trago esse delicioso post sobre vinhos. Não tenho a menor pretensão de me colocar como enóloga ou enófila – dizem que “Enólogo é quem diante do vinho toma decisões, e enófilo quem diante das decisões toma vinho” Luiz Groff. Então, você deve estar se perguntando porque este post NADA A VER. Eu te respondo: Nada a ver, nada! TUDO A VER!!! Todos sabem como adoro misturar amor, comida, bebida, diversão e arte (já que não entendo bulhufas de vinho! rsrsrsss).
Voilà… A Borgonha surpreende com seus dois mil anos de história! Terra dos vinhos, da gastronomia, e ainda, candidata ao PATRIMÔNIO MUNDIAL DA UNESCO. Para quem como nós, quer romantismo, aqui encontra o lugar certo!
Para conhecer a Borgonha, escolhemos para nos hospedar o Château de Gilly (esse hotel vale o próximo post). Está localizado no meio dos vinhedos produtores de Grands Crus, tais como o famoso Clos Vougeot.
Quando ainda planejávamos a viagem, um amigo suíço nos indicou essa rota que é feita em apenas sessenta minutos, entre a primeira e a última cidadezinha. Acredite, destinamos quatro dias para cruzar esse pequeno/grande percurso.
Aqui, grande sucesso são as rotas dos vinhedos que atravessam muitas petits villages, como as mais famosas Nuits-Saint-Georges, Vougeot, Vosne Romanée, Beaune, Pommard, Chassagne-Montrachet, Volnay entre rios, paisagens e castelos maravilhosos. Um deles o maravilhoso Châteauneuf-en-Auxois… lembra do post? Sua deslumbrante silhueta já é uma verdadeira viagem na viagem.
A relação entre vinho e gastronomia é fundamental. O vinho é uma bebida sagrada. Exige presença amiga, uma boa refeição e paz de espírito. É celebração. É comunhão. Peço licença poética para um brinde ao Dilucious e a todos que contribuem para que seja possível realizá-lo. Que o Dilucious reflita sempre o alimento e o vinho, que aproximam as pessoas, melhoram a vida. Que encontremos nele, entusiasmo para melhorar o mundo. Saúde a ele!
Agora influenciada pelo museu do vinho, vou intercalando fotos que fui fazendo nessa região – onde até o ar cheira a vinho – a um pouco de sabedoria (inútil?, mas muito agradável!). Então… “Rápido! Tragam-me vinho para que eu umedeça minha mente e diga algo inteligente” Rsrrssss…
A videira e o vinho estiveram presentes nos principais rituais, sagrados ou profanos desde os primórdios da civilização. Dos deuses egípcios e greco-romanos ao Extremo Oriente; da Bíblia ao Islamismo; do protestantismo à Santa Inquisição; da Revolução Francesa à Lei Seca, o vinho sempre esteve em evidência.
A videira e o vinho se tornaram símbolos da imortalidade e da ressurreição, representada pela renovação anual de seus frutos. A fermentação, processo completamente desconhecido, fazia pensar que quem o bebesse, estivesse possuído por algo do outro mundo. Esperava-se, no êxtase provocado pelo vinho, uma aproximação com os deuses.
A intolerância entre povos, agravada por barreiras culturais, tem na mesa seu mais antigo e eficiente campo de entendimento e aproximação. E nela o vinho cumpre papel fundamental. Que o diga esta linda frase: “As águas separam os povos, o vinho os une.”
O vinho era também símbolo da revelação, da verdade. A embriaguez era considerada, ao mesmo tempo, um delírio inebriante que paradoxalmente trazia lucidez. A máxima enófila “in vino veritas”, ilustra esta crença.
Juramentos feitos com uma taça na mão tinham caráter divino. O caráter sobrenatural adquirido desde os primórdios, quando lhe eram atribuídos poderes transcendentes, levava os homens a dedicarem goles do vinho à saúde dos amigos ou ao êxito nos combates. Ao sorver a bebida sagrada com um inimigo, ele se tornava inatacável.
Outra conotação, mais mundana, assumida pelo vinho foi como afrodisíaco, relaxando as barreiras morais, a ligação entre vinho e sexo acabou tornando-se uma associação entre vinho e fertilidade.
Existe uma versão para o ato de tilintar as taças ao se brindar. Dionísio, o deus grego do vinho e da fertilidade, teria iniciado a prática de fazer o som percutindo as taças para tornar completa a experiência sensorial da degustação que, até então, só evocava quatro dos sentidos: visão, olfato, tato e paladar. Assim, a audição se tornou presente.
Enaltecer a bebida ou as circunstâncias de seu consumo faz parte de um ritual de comunhão. Aguça o paladar, torna as qualidades do líquido ainda mais extraordinárias e transforma cada ocasião em única e especial. Às vezes, mágica!
L’IMAGINARIUM
Agora a arte! Encontro histórico com a região é o museu que conta como tudo começou. A produção de vinhos é exposta por meio de vídeos, áudio e amostra da evolução das ferramentas utilizadas na história do vinho. Super bacana, vale demais a visita.
A cultura do vinho veio da Grécia e se disseminou pelo Império Romano. Cada um tem sua história e essas histórias viajam paralelamente com a cultura do homem, deste ou daquele território especifico, por isso a união entre o passado e o presente. A tecnologia pode mudar, mas uma coisa permanece fixa: a cepa, a cultura da transformação e o costume de cultivar o vinho sempre da mesma maneira, respeitando a tradição. Para mostrar isso, o L’Imaginarium criou galpões enormes e em cada um deles, a exposição é de uma fase do vinho. Tentei colocar as fotos na mesma sequência como são mostradas no museu. É claro que entender a história é difícil, mas é possível sentir como é bacana.
O tastevin daria um capítulo à parte… Muito interessante, eu não sabia que foi criado pelos antigos vinicultores da Borgonha para avaliar a limpidez e a cor dos vinhos em tempos de adegas escuras. Sua parte central não deve ser coberta pelo vinho e ao redor da bolha central, vem pequenas bolhas que oxigenam mais rapidamente o vinho quando o tastevin é agitado. No lado esquerdo da alça vem uma série de bolhas, que servem para o exame visual de vinhos tintos, notoriamente menos transparentes. No lado direito estão dispostas pequenas valetas que servem para analisar a cor e a limpidez dos vinhos brancos. Para avaliar os vinhos brancos deve-se segurá-lo com a mão esquerda, servindo o vinho com a mão direita. Para avaliação dos vinhos tintos deve-se fazer o contrário. O tastevin não deve ser molhado com água e deve-se sempre secá-lo depois de usar, com um pano limpo, para que se evite a formação de mofo. Ufa! Confesso que tirei a foto do tastevin enquanto o sommelier explicava tudo isso, mas é claro que nunca me lembraria de tantos detalhes. Precisei da ajuda “dos universitários”…. kkkkkkkkk
ADEGA
Queridos, me trouxeram fartura de vinho e acabei falando demais! Então… Rápido! Tragam-me um travesseiro para que eu descanse a minha mente…
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Adorei esse post Dilu, super bacana como vc ligou um pouco de cultura com a sua viagem.
Ja estivemos ai na Borgonha, é tudo de bom! Vcs vão em Beaune?
Amei esse post. Adoro aprender coisas. Qtos posts que a gente tenta ler e acaba desistindo, porque nao aprende nada. Parabens!
Dilu, sou de São Paulo e através de uma grande amiga em comum cheguei aqui no seu blog. Estou completamente encantada com tudo que vi ate agora. Viciei!
Dilucious, momento cultural!
Adorei!
Vos posts sont belles!
Dilu minha querida, ver esse post me trouxe muitas lembranças boas que me deram até vontade de voltar na borgonha. Muitos e muitos beijos!
Estou doido pra saber o que tem ali debaixo daquela louça linda, qdo vai ser o post? O resto do post está sensacional! Igual aquele outro kakakaka
Mas num é que me deu PURO DESEJO de conhecer essa borgonha?
Dilu, simplesmente sensacional! Que viagem maravilhosa!!! Beijos
In vino veritas! Por Baco, por Dionísio, não é por acaso que tenho te chamado de Diludiva, ou pode ser Diludeusa! rsrsrsrssrs Legal demais, tenho aprendido muito com o seu blog, não sabia o significado dessa expressão “in vino veritas”, achei fantástico! Sabe, me senti nas páginas dos quadrinhos das aventuras de Asterix e Obelix, quando eles ficavam bêbados e logo chamavam por Baco! Estou viajando com vocês e agradeço muito a oportunidade de conhecer lugares tão maravilhosos. Sabe querida, a minha avó Sinhá, por parte de mãe, nunca viajou para o exterior. Pois é, mas ela me dizia que conhecia muitos lugares do mundo de tanto que ela lia. Vovó devorava livros e também palavras cruzadas! Que Júpiter, ou Zeus continuem a te iluminar, para o Dilucious continuar a nos transportar para essas viagens magníficas, nas fotos, na vida e na memória!
Dilu, adorei este Post ,sensacional !!!!
Que viagem fantástica … Parabéns …..
Faço minhas as palavras da ANa Paula: In vino veritas! Por Baco, por Dionísio, não é por acaso que tenho te chamado de Diludiva, ou pode ser Diludeusa! rsrsrsrssrs Legal demais, tenho aprendido muito com o seu blog, não sabia o significado dessa expressão “in vino veritas”, achei fantástico!
Muito interessante esse post, onde se fala com grande simplicidade e muita “sustância”. Parabéns. gostei de aprender sobre o tastevin, não imaginava essas coisas. Obrigado.
Bacanérrimo! Amei!
Dilú querida amiga, Você não tem noção do quanto seu blog é capaz de despertar emoções, lembranças, desejos e sonhos nas pessoas. É muito bom estarmos em um dia comum, rotineiro e, de repente, ao lermos uma senha qualquer perdida em seu texto, sermos transportados para outros mundos, outras épocas, outros pensamentos.
Entre todos os deuses, Dionísio é o meu predileto. Por “n” motivos. Primeiro porque, na verdade, embora tenha status de Deus no panteão grego, “tecnicamente!” ele é um semideus, já que sua mãe era mortal. Isto faz dele um deus muito próximo de nós, um deus “chegado”. Também porque os gregos acreditavam que havia duas formas de um homem se libertar. Duas e apenas duas: pela loucura e pela alegria. E Dionísio vem nos propor esta segunda forma de libertação. O canto alegre, a libido despertada, os sonhos libertos e possíveis a cada vez que abrimos uma garrafa de vinho e nos enebriamos com a essência deste deus. Sim, como bem disse no post, “in vino veritas”!
Dilu, que bom ler e você e te saber feliz. Hoje, entre outros lugares, me trouxe inteiras, estas duas estrofes de Pessoa. Compartilho com você e nossas amigas.
“Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.”
Estou certa de que, não pensar muito e sentir sem medida é o segredo do Dilucious. bjk
Vera minha amada, estamos o Luiz e eu sem resposta! De cara! ( igual Louise costuma se expressar diante de tais surpresas, como suas palavras nos proporcionaram) Se eu soubesse como fazer, desenharia um coração e te colocaria dentro!
Roteiro simplesmente PERFEITO!
Aproveite,
Bjs
Querida Dilu,
Sigo,encantada, o seu roteiro , revendo lugares queridos,recordando de momentos inesquecíveis, anotando dicas para “uma próxima vez” !
Sinto-me feliz por percebê-los tão felizes!!!!!!
Saudade, um beijo,
ME